Não adianta nem tentar entender. Ao chegar à 10ª rodada com o terceiro treinador diferente, o Londrina vai mostrando seu "vanguardismo" nesta Série B. É ou não é inovador? Avaí, Ituano, Juventude e Sampaio Corrêa também tiveram três técnicos nas primeiras nove rodadas, mas com uma diferença: nesses clubes, os chamados "tampões" ficaram no cargo por no máximo dois jogos, enquanto Edson Vieira comandou interinamente o Tubarão quatro vezes, com a perspectiva de ser efetivado, não fossem as derrotas para Ceará (com direito a vareio de bola no primeiro tempo) e Ituano.

PC Gusmão, que adorava se dizer discípulo de Vanderlei Luxemburgo quando deixou de ser seu auxiliar para virar técnico, nos anos 2000, vai ter a missão de evitar que o time entre na zona do rebaixamento. O fato de ele estar afastado da função desde 2018 pode dizer muito. Ou nada.

Edson Vieira pagou muito mais pelo que disse do que pelo que fez. Como eu já havia escrito aqui, suas entrevistas coletivas tinham um misto de vergonha alheia e escapismos. Deixa o clube com 50% de aproveitamento e a impressão no CT da SM Sports de que era uma "bomba-relógio" por suas declarações por vezes desnecessárias, por vezes desastrosas.

Se o torcedor quiser ver o copo meio cheio, lembro aqui que na edição de 2018 o Londrina também teve três técnicos: Marquinhos Santos, demitido após a 12ª rodada, Sérgio Soares, que durou outros sete jogos, e Roberto Fonseca (da 20ª à última rodada). A campanha de recuperação feita por Fonseca no segundo turno foi impressionante e o time chegou a sonhar com o acesso, terminando na oitava colocação. Só que naquele ano tinha um tal de Dagoberto no ataque.

Agora, para aquele que prefere ver o copo meio vazio, recordo que em 2019 foram quatro treinadores: Alemão (primeiras 17 rodadas), Cláudio Tencati (18ª à 25ª), Mazola Jr. (26ª à 34ª) e Silvinho (35ª à 38ª). Como você bem sabe, o resultado disso foi Série C.

PROPOSTA

Eu te proponho assistir ao jogo contra o Sport, domingo, no Café. Além da estreia de PC Gusmão, será a oportunidade de ver de perto o artilheiro da Série B. Com seus quase 39 anos (serão completados no próximo dia 11), Vagner Love tem mostrado que nem todo medalhão é problema. Enquanto boa parte dos torcedores de Corinthians e Flamengo clama por uma renovação nos elencos de seus times, certamente os do Leão da Ilha do Retiro estão pra lá de satisfeitos com o "tiozão do rolê". Love já tem 5 gols, mesma marca que ele havia registrado no Campeonato Pernambucano e na Copa do Nordeste, das quais foi o segundo maior artilheiro. Olho nele.

SUA ESTUPIDEZ

No mundo não há mais lugar para atitudes como a de Abel Ferreira, cuja inegável competência tem sido proporcional à soberba. Ao arrancar o celular das mãos de um repórter que filmava discussão entre um dirigente palmeirense e membros da arbitragem do jogo contra o Atlético-MG, na zona mista do Mineirão, ele mostrou-se triplamente ignorante. Ignorou, primeiro, a civilidade; segundo, que o jornalista estava numa área permitida para o exercício do trabalho; e terceiro, que havia um fato jornalístico de claro interesse público ali. Autor de "Cabeça fria, coração quente", livro entre os mais vendidos do país, o português precisa praticar mais o que escreveu.

PS: Os títulos das notas desta coluna são só pra lembrar que amanhã tem show de Roberto Carlos no Moringão. Bom fim de semana.