Depois de frequentar o G4 e mostrar um futebol rápido e empolgante, o Londrina desceu a ladeira na Série B do Brasileiro após a pausa da Copa América. Sucessivas trocas de treinadores, contratações irrelevantes para reposições de peças-chaves e uma cidade que não abraça o time em um campeonato cobiçado por muitas equipes do Brasil. O resultado de tudo isso foi a queda do LEC para a Série C do Nacional.

No final do ano passado, a direção do Londrina apostou em uma parceria e mandou jogadores e o técnico Roberto Fonseca para o interior de São Paulo. No fim, não teve nenhum retorno positivo, mas teve sorte. O treinador do sub-20, Alemão, assumiu a equipe principal e o time mostrou um bom futebol no campeonato estadual e surpreendeu no início da Série B.

Mas, depois de ficar quatro jogos sem vencer, a direção alviceleste optou por demitir o treinador. Desentendimentos com o elenco, principalmente, com o craque Dagoberto teria sido o motivo da saída, fato que nunca foi esclarecido pela direção ou pelo técnico. O que é fato consumado é que o Londrina perdeu a identidade e filosofia de jogo ofensivo com uma transição vertical do campo de defesa para o ataque, o que foi implementado por Alemão no time profissional.

A equipe ainda sofreu com o desmanche que levou Rômulo, Luquinha, Safira e Anderson Oliveira, principais nomes de um time marcado pela juventude. Somasse a isso, contusões e a aposentadoria anunciada por Dagol antes do fim do contrato. O craque também ficou longe de ser o mesmo de 2018, quando desfilou seu talento pela Série B.

Como o próprio gestor Sérgio Malucelli admitiu, a direção tem sua parcela de culpa nas contratações das “porcarias”. Mas, o maior dos erros foi a demissão de Alemão. No futebol, quem aposta em planejamento e manutenção de trabalho tem muito mais chances de sucesso. A história recente do Tubarão mostra isso. O Londrina da “Era Tencati” (que desta vez não deu certo) tinha outra identidade e postura, com uma defesa segura. No período de sete anos, saiu da Série D para B e foi campeão estadual e da Primeira Liga.

Resta ao LEC seguir em frente com um novo modelo de gestão, já que a SM dá sinais que não renovará o contrato que termina em 2020. A cidade também precisa aprender uma lição, pois Londrina não merece o Londrina. Públicos baixíssimos no Café, mesmo nos períodos de bom futebol, um projeto de sócio-torcedor que não decola e pouquíssimo investimento de patrocinadores. Dá última vez que caiu, o LEC levou mais de 10 anos para voltar ao seu lugar. Vamos torcer por uma nova chance, quem sabe em 2021.