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CONSULTORIA EMPRESARIAL 5m de leitura

Salomão e a arte de mediar conflitos

Quando estiver diante de um impasse que envolve duas ou mais pessoas ajude a resolver o problema

ATUALIZAÇÃO
19 de julho de 2023

Wellington Moreira
AUTOR


Se você ocupa uma posição de líder já deve ter percebido que passa boa parte do seu tempo mediando conflitos que envolvem outras pessoas. E esse papel não é nada fácil, pois se manter neutro, justo e coerente no meio de uma discussão – principalmente, quando os ânimos estão exaltados – exige muita sabedoria e criatividade.

 

Até na Bíblia Sagrada temos passagens que tratam desse tema. Uma delas tem a ver com o dilema enfrentado pelo Rei Salomão quando duas prostitutas se apresentaram diante dele afirmando serem mães de uma criança – e que é narrado no livro de Reis 3,23-27.

 

Compartilhando a história, as mulheres moravam na mesma casa. A primeira deu à luz um menino e, dois dias depois, a segunda também, bem um período no qual ninguém as visitou.

 

Certa noite, uma das mulheres rolou sem querer sobre seu próprio filho e o sufocou, matando-o. Ela, então, levantou-se, enquanto a outra dormia, pegou o filho desta última e o colocou em sua cama. Em seguida, ajeitou o menino morto nos braços da outra. Pela manhã, esta percebeu que a criança morta na verdade não era seu filho. A outra, no entanto, afirmava que seu filho estava vivo.

 

Ambas discutiam e procuraram o rei para ver com qual delas ficaria a criança. Então, o rei Salomão disse: “Cada uma de vocês diz que a criança viva é a sua, e que a morta é da outra”. Então, mandou buscar uma espada e, quando a trouxeram, disse: “Cortem a criança viva pelo meio e deem metade para cada uma destas mulheres”.

 

A verdadeira mãe do menino, com o coração cheio de amor pelo filho, disse: “Por favor, senhor, não mate o meu filho! Entregue-o a esta mulher!”

 

Porém, a outra disse: “Podem cortá-lo em dois pedaços! Assim ele não será nem meu nem seu”. Aí ,Salomão disse: “Não matem a criança! Entreguem o menino à primeira mulher porque ela é a mãe dele”.

 

É claro que Salomão não tinha a intenção de matar a criança. Mas, em contrapartida, ele precisava descobrir qual das mulheres falava a verdade a fim de tomar uma decisão coerente e justa, e que ainda validasse seu comando perante o povo. Conhecedor da alma humana, sabia que a mãe suportaria ficar longe do filho, mas jamais aceitaria passivamente vê-lo ser morto, e por isso instigou o tipo de sentimento que apenas a verdadeira genitora carregava dentro de si.

 

Portanto, quando estiver diante de um impasse que envolve duas ou mais pessoas, e você for o responsável por mediar alguma saída que ajude a resolver o problema:

    Primeiramente, busque opções que fujam do raciocínio convencional;
    E, apesar do dever maior de conservar a neutralidade, não deixe de fazer a coisa certa, ainda que você desagrade alguém enquanto cumpre o seu dever.

 

Pense nisso!


* Wellington Moreira, palestrante e consultor empresarial

wellington@caputconsultoria.com.brt





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