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Wellington Moreira - Consultoria Empresarial 5m de leitura

Queimem os navios!

ATUALIZAÇÃO
22 de junho de 2022

Wellington Moreira
AUTOR

Hernán Cortez foi um conquistador espanhol do século XVI que ficou conhecido pelo alto grau de ambição e coragem. E um dos exemplos ilustrativos que reforça esses atributos aconteceu durante o desembarque em terras mexicanas da pequena esquadra que ele conduzia.

Assim que percebeu o temor dos seus homens em ter de enfrentar os indígenas astecas, Cortez já ordenou: “Todo homem medroso volte embarcado para Cuba”, que era o lugar de onde haviam saído. E, pouco depois, diante do silêncio de todos, ele exigiu: "Agora, queimem os navios!"

Foi aí que seus homens entenderam que não havia chance alguma de recuar. Ou venciam ou morriam. E o resultado é que conquistaram o México, mesmo enfrentando um exército de astecas muito maior.

Historiadores costumam explicar que, ao verem os espanhóis dispostos a ir até as últimas consequências, os indígenas se sentiram desmoralizados, preferindo bater em retirada. Ou seja, a determinação de Cortez em lutar foi crucial para a vitória.

Em nosso tempo, “queimar os navios” significa deixar para trás a zona de conforto e a vontade humana de retroceder quando o desafio parece ser grande demais. Como escutei certa vez, é trancar as portas pelas quais você já passou e jogar a chave fora.

"Queimar os navios” também diz respeito à coragem de abandonar aquilo que deu certo no passado. É abrir-se para o novo e todas as incertezas que vêm junto com ele. Desapegar-se das coisas que somos tentados a carregar sem necessidade alguma.

Às vezes, encontro pessoas que almejam dar uma guinada em suas carreiras e, para isso, precisam abandonar a estabilidade do serviço público ou um emprego de dez anos, por exemplo. Porém, elas permanecem inertes atormentadas pelo medo do desconhecido: "E se as coisas derem errado e eu me arrepender?"

Em contrapartida, quando pergunto para alguém bem-sucedido o que ele acredita que foi crucial para o seu êxito, é comum a pessoa me dizer: “Eu simplesmente me coloquei em uma situação na qual não havia saída. Pus na cabeça que tinha de dar certo e nem cogitei uma outra possibilidade".

É claro que precisamos ter um plano B em várias situações da vida, mas não seja como aquele tipo de pessoa que, diante de um aperto, logo prefere dar “marcha-ré” covardemente, em vez de perseverar. Ampliar as alternativas de escolha é bem diferente de já começar algo acreditando que vai dar errado.

E, por fim, outra questão interessante dessa passagem de Hernán Cortez é que ela revela um líder confiante e inspirador. Apesar de Cortez ter ficado marcado na História como um explorador implacável, não podemos esquecer que era um homem disposto a correr os mesmos riscos que os seus comandados. Suas palavras não eram vazias.

E você, quais "navios" ainda precisa queimar?

Wellington Moreira é palestrante e consultor em Londrina

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