Líderes movem pessoas, mas não apenas com números, metas ou organogramas. Eles movem com histórias

Quer um exemplo? Qual discurso abaixo te inspira mais?

1) “A empresa cresceu 30% no último ano, alcançando R$ 10 milhões em faturamento.”

ou

2) “Há um ano, estávamos enfrentando nosso pior momento. Mercado em estagnação, clientes receosos e time desmotivado. Mas então, fizemos algo diferente: ouvimos mais, ajustamos a rota e colocamos as pessoas no centro das decisões. O resultado? Um crescimento de 30% que ninguém esperava.”

A segunda versão apresenta um enredo, um conflito e uma superação e é isso que prende o interesse e gera impacto nas pessoas. Afinal, quando ouvimos dados frios, ativamos as áreas do cérebro ligadas ao raciocínio lógico; enquanto que uma história aciona regiões associadas às emoções, memórias e empatia.

Isso significa que uma boa história não só é mais memorável como também influencia decisões e o comportamento das pessoas. E é por isso que grandes líderes são exímios storytellers.

Quando Steve Jobs apresentou o iPhone ao mundo em 2007 durante a MacWorld, não despejou especificações técnicas na tela. Ele contou como os celulares eram complicados e chatos na época, e como a Apple estava prestes a mudar isso. E naquele exato momento nasceu o mercado de smartphones como o conhecemos hoje.

Outro exemplo marcante é o de Howard Schultz, fundador da Starbucks. Assim que retornou à empresa em 2008, em meio a uma crise, não falou apenas sobre recuperação financeira. Ele relembrou a origem da marca e seu propósito: criar um “terceiro lugar” entre casa e trabalho, onde as pessoas se sentissem acolhidas. Uma história que reconectou os funcionários à companhia criando o ambiente favorável para que a Starbucks voltasse a crescer.

Portanto, em seu trabalho de liderança, sempre que possível:

- Substitua números por narrativas. Se precisar apresentar um resultado, conte a história por trás dele. Em vez de dizer “reduzimos custos em 15%”, fale sobre os desafios enfrentados, as escolhas feitas e o impacto real da mudança.

- Crie heróis reais. Pessoas se identificam com pessoas, não com gráficos. Destaque membros da equipe, clientes ou parceiros que fizeram a diferença.

- Construa uma jornada. Toda boa história tem começo, meio e fim. Mostre o problema, a virada e a transformação.

- Use emoção (com autenticidade!).
Um líder que compartilha experiências pessoais e desafios reais inspira mais do que um que só discursa sobre sucesso.

No fim das contas, liderança é conexão e conexão se faz por meio de boas histórias. Da próxima vez que precisar inspirar sua equipe, desafiar sua empresa ou conquistar um cliente, pergunte-se: como posso transformar isso em uma história?

* Wellington Moreira, palestrante e consultor empresarial

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