| |

Cláudio Humberto 5m de leitura

Temor é que Pacheco boicote redução de preços

ATUALIZAÇÃO
14 de outubro de 2021

Claudio Humberto
AUTOR

“Seguem iguais, não aprenderam nada. Criminosos”

Ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho), no dia de mais uma invasão do MST

Temor é que Pacheco boicote redução de preços

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ontem não ter dúvida de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vai agilizar e aprofundar o exame da proposta, aprovada por quase 400 deputados federais, alterando o ICMS sobre os combustíveis. Mas, na Câmara, muitos parlamentares duvidam da sinceridade de Pacheco quando, ainda na noite de quarta (13), disse que o País “já não suporta” os aumentos e que o Congresso precisa agir com rapidez contra isso.

Mais do mesmo

Como é habitual, horas depois Pacheco passou a defender interesses dos críticos do projeto, dizendo ser preciso “ouvir os governadores”.

Passando o rodo

Os governadores, que hoje nadam em dinheiro, não querem perder o bem-bom dos bilhões extras gerados pelos aumentos da Petrobras.

Pura ‘embromation’

A promessa de “ouvir os governadores”, na prática, garante holofotes a Rodrigo Pacheco, mas também provocará demora na votação.

Trocando em miúdos

A governista Bia Kicis (PSL-DF) definiu a votação de 4ª-feira: “a Câmara aprovou a redução no preço do combustível”. E o Senado, fará o quê?

Política de lucros força privatização da Petrobras

Bolsonaro parece finalmente convencido da necessidade de privatizar a empresa “pública” Petrobras. A estatal, que se comporta como se fosse particular (pior, submissa a acionistas minoritários), saiu do controle do acionista majoritário, que é o povo brasileiro representado pelo chefe do Executivo. A estatal já não investe e prioriza apenas a distribuição de dividendos. A política selvagem de lucros da Petrobras é o que provoca reações como a do presidente, de simpatia à ideia de sua privatização.

Xô, monopólio

O problema é a definição do modelo de privatização. O primeiro passo é eliminar o seu maior privilégio. Afinal, não dá para privatizar monopólio.

Concorrência, já

Economistas apontam outra providência necessária antes de privatizar: abrir o Brasil para que outras petroleiras concorram com a Petrobrás.

Fatiar é preciso

Outro ponto, antes de levar a Petrobras a leilão, é fatiar a empresa. Quem a comprar não pode concentrar tanto poder no mercado brasileiro.

Passo glorioso

Falou-se muito sobre o projeto reduzindo o preço do combustível, “muito engenhoso”, segundo o experiente ex-ministro Delfim Netto, mas pouco sobre seu autor. Trata-se do deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), para quem “é somente o primeiro passo, mas um passo glorioso.”

Outra goleada

O presidente da Câmara, Arthur Lira, confirmou: a PEC que altera e amplia a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) será votada terça-feira (19). Espera-se nova goleada.

Ela, não

A CPI falava em “indiciar” 30 pessoas. Passou a 34, a 40 e agora 50. Espera-se que entre estas não esteja d. Déa, mãe do saudoso ator Paulo Gustavo, por não haver permitido a exploração política da morte do filho. 

Camomila na veia

Bolsonaro deve utilizar todo o seu estoque de paciência ao receber o senador “seachão” Davi Alcolumbre. Se o presidente não for capaz de garantir sua difícil reeleição no Amapá, bye, bye, sabatina.

Ato ‘democrático’?

Teria sido “ato antidemocrático” o ataque covarde à sede da Associação Brasileira de Produtores de Soja não fosse a Aprosoja presidida por um bolsonarista. Aliás, a entidade virou alvo exatamente por essa razão.

Vagabundos

O deputado José Medeiros (Pode-MT) ironizou manchetes sobre a invasão da sede da Aprosoja por “trabalhadores rurais”. Ele postou foto dos delinquentes e tascou: “Não tem um trabalhador aí. Só malandro”.

100% nacional

O presidente Jair Bolsonaro comemorou sucesso da bateria de nióbio, que sempre defendeu. “Permitirá carros elétricos recarregarem em 6 minutos. VW e a Toshiba já fecharam parceria para comercializarem”. 

Ferramenta pedetista

Para o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, a acusação de Ciro Gomes de que “Lula participou da conspiração” contra Dilma mostra que Ciro é “uma ferramenta dos golpistas que elegeram Bolsonaro”.

Pergunta na Justiça

O STF vai mandar prender os delinquentes que participaram de ato antidemocrático na sede da Aprosoja?

PODER SEM PUDOR

Sem explicações

 

Paulo Maluf perdeu a eleição para prefeito de São Paulo, em 1990, apesar do gênio criativo do marqueteiro Duda Mendonça – que fez, a rigor, seu primeiro trabalho importante na área. Duda decidiu explicar as razões da derrota e até pedir desculpas. Maluf não o permitiu: “Meu caro Duda, nunca se explique: para os amigos, não precisa e, para os inimigos, não adianta!”

___

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

www.diariodopoder.com.br

PUBLICAÇÕES RELACIONADAS