“Nenhum brasileiro vai ficar para trás”

Ministro Paulo Guedes (Economia) sobre as medidas do governo de combate ao vírus

Nem a tragédia rondando fez o Senado trabalhar

Os senadores não abrem mão de prerrogativas e nem muito menos dos R$ 210 mil que custam por mês, em média, mas, na hora de mostrar serviço, a porca torce o rabo. Optaram por não trabalhar, deixando de votar o auxílio de R$ 600 para brasileiros, em dramática situação de risco, na informalidade. Poderiam fingir interesse, fazendo votação virtual no sábado (28) ou no domingo (29), mas nada. Se fosse para garantir mais regalias para suas excelências, teriam votado até de madrugada, como já ocorreu

Folga é mais importante

A votação, que poderia ter sido sexta (27), remetida ao Planalto e publicada em edição extra do Diário Oficial, ficou para esta segunda-feira (30), à tarde.

Vergonha

A liberação do dinheiro que pode, literalmente, salvar vidas, foi adiada por pelo menos quatro dias para manter a folga dos parlamentares.

Atraso de vida

O presidente interino do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), jogou a toalha na sexta (27), e marcou a votação – virtual – para esta segunda (30). Ver para crer.

Ele não abriu mão

A eleição de Davi Alcolumbre como presidente ocorreu em sessão presencial, num sábado. Mas o povo pobre, por certo, pode esperar.

Deputados gastam R$ 77,3 milhões com aspones

O salário dos deputados federais é de R$ 33,7 mil e têm mais cerca de R$ 45 mil a título de “cota parlamentar”, mas o grosso do gasto mensal é com a tropa de aspones que os circundam e custam R$ 77,3 milhões, segundo o portal OPS. Cada gabinete funciona como uma empresa à disposição do deputado e o custo chega a R$ 265 mil mensais com os salários de até 25 secretários parlamentares, além de outros benefícios.

Empresa parlamentar

Campeão de gastos com aspones, o deputado André Abdon (PP-AP) torra mensalmente R$ 264,9 mil mensais com sua “pequena empresa”.

Tem para todos

Cada um pode ter 25 assessores ativos, mas a professora Marcivânia (PCdoB-AP) apostou na rotatividade e sua equipe já teve 55 nomes.

Mercado de aspones

Em pouco mais de um ano, os 509 deputados investigados pela OPS já tiveram exatos 12.096 assessores, entre os atuais e quem foi demitido.

Pregando no deserto

Projeto de um deputado estadual do Mato Grosso do Sul, Tenente Coimbra (PSL), propõe cortar o salário de deputados e governador durante a crise do Covid-19. Está pregando no deserto.

Beliscão em tucano

Não faltam “espíritos de porco” no Palácio do Planalto sugerindo que, se precisar citar o governador de São Paulo, Bolsonaro o chame pelo nome completo, João Agripino Doria. Garantem que o tucano odeia “Agripino”.

Adora aparecer

O sindicato dos petroleiros foi mais um a posar de entendido sobre o coronavírus e inverteu prioridades. Em vez de atuar com a Petrobras para evitar o contágio, faz listas de falhas, sem sugerir soluções.

Ritmo jabuticaba

Terça (31) é o 90º dia do ano e o 20º de pandemia oficial em todo o mundo, mas deputados e senadores brasileiros ainda não conseguiram se organizar para aprovar uma ajuda à população mais necessitada.

Esses ingleses...

Empregados do NHS, o SUS do Reino Unido, escondem seus crachás quando circulam entre a casa e o trabalho. Estão sendo roubados. O crachá funciona como “salvo-conduto”, além de ganhar comida de graça.

É o céu

Apesar de deputados e senadores terem usufruído de férias até 4 de fevereiro, terem pulado Carnaval e só trabalharem às terças e quartas, gastos com “ressarcimento de despesas” já passam de R$ 24,5 milhões.

Prontidão e prevenção

Após a primeira vítima letal por coronavírus em Brasília, o governo do DF publicou protocolo de manuseio de cadáveres, de notificação compulsória aos trabalhadores de saúde etc. Ninguém pode tocar nada.

À altura do cargo

Há dez anos a então “estrela” do mensalão José Dirceu arrolava ninguém mais que o então presidente da República Lula para ser sua testemunha de defesa. Acabou condenado a quase 11 anos de cadeia.

Perguntar não contamina

Ao presentear Eduardo Cunha com prisão domiciliar por “risco de contaminação”, a Justiça quis isolar o vírus da corrupção?

PODER SEM PUDOR

Noé, o sobrevivente

Imagem ilustrativa da imagem Nem a tragédia rondando fez o Senado trabalhar

Noé era figura conhecida, no Rio Grande do Norte, por sua capacidade de ficar bem com todos os governos. Não foi diferente no levante comunista de 1935, quando Giocondo Dias, do PCB, ocupou o Palácio Potengi, sede do governo local, enquanto Dinarte Mariz subia a serra, de Caicó para Natal. Uma turba raivosa invadiu um jornal ligado ao governo, disposta a empastelar tudo, e, lá, encontrou o inefável Noé. “Afinal, com quem você está?” gritou um manifestante. “Estou com Deus... ofende?”, respondeu baixinho, com olhar de súplica. Escapou, mais uma vez.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos - www.diariodopoder.com.br