“O interesse de cada um prevalece sobre o interesse do Brasil”

Deputado Rodrigo Maia em declaração que parecia uma autocrítica, só que não

Maia se aproxima do voo nº 900 nas asas da FAB

Muitos estranham o nervosismo de Rodrigo Maia, que na prática, com o recesso no dia 22, está a 8 dias do fim da sua presidência na Câmara. Não é fácil perder regalias como usar jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB,) à vontade, por conta do pagador de impostos, como fez por quase 900 vezes. Só nos últimos três meses, plena pandemia, foram 48 voos, a maioria de duvidosa utilidade para o País. E já totaliza 864 voos desde a posse, em 2016. Encarar filas em aeroportos deixa qualquer um nervoso.

Por nossa conta

Só em 2019, Rodrigo Maia realizou 250 voos com jatinhos da FAB, número maior que o de dias úteis na Câmara. Em 2018, foram 198.

Cidades favoritas

Afora Brasília, o destino predileto de Maia este semestre foi São Paulo: 24 viagens. Somente desde julho viajou ao Rio, cidade natal, 18 vezes.

Longe da terra

Após votar na eleição do dia 15, no Rio, Maia pegou jatinho da FAB para Brasília. Desde então voltou ao Rio, com a FAB, duas vezes.

Grupo seleto

Além do presidente da República, os presidentes da Câmara, Senado e STF, além de ministros e chefes militares têm direito de requerer jatos.

Brasil é um dos líderes da recuperação na pandemia

O Brasil segue dando seguidas demonstrações de recuperação econômica e é um dos líderes no índice que compara esforço fiscal no combate à pandemia ao resultado obtido no PIB, no terceiro trimestre do ano. Segundo estudo do banco Modalmais, o Brasil empregou cerca de 12% do PIB em ações de combate ao Covid-19 e observou queda de cerca de 4% na economia, o que nos coloca em 4º lugar entre 16 países pesquisados, atrás apenas de Estados Unidos, Dinamarca e Suécia.

A conta chega

EUA (-3,5%), Dinamarca (-3,4%) e Suécia (-3%) foram melhores na recuperação, mas gastaram, proporcionalmente, até o dobro do Brasil.

Líder latino

Países latinos como México e Colômbia fizeram esforço menor, entre 2% e 3% do PIB, mas amargam quedas de quase 10% na economia.

Ruína chilena

O Chile viu a economia desabar 10% no 3º trimestre, pior resultado dos países avaliados, apesar do esforço fiscal similar ao brasileiro.

Precipitação

O deputado Darcísio Perondi (MDB-RS) disse não concordar, como médico, com a Academia Nacional de Medicina quando chama de “criminosa” a política do governo federal no combate contra a pandemia. “Precipitação da Academia da qual fui homenageado”, lamentou.

Negócios de sempre

O embaixador de Donald Trump em Brasília, Todd Chapman, participou do lançamento do submarino Humaitá, a convite da Marinha. Disse que é “uma honra acompanhar o senhor presidente Jair Bolsonaro”.

Fake news oficial

Em resposta ao site Diário do Poder, que revelou que nem mesmo o laboratório chinês sabe a eficácia da Coronavac, o Butantan publicou fake news: disse que a 3ª fase de testes conta com “13 mil voluntários”. São só 74 doentes. São 13 mil profissionais de saúde no projeto.

Covid no bolso

Levantamento sobre dívidas revelou que 75% dos brasileiros afirmaram que tiveram dificuldades em pagar contas nos últimos meses. Além da covid, 59% dizem que faltou planejamento financeiro para a pandemia.

Simples e eficaz

O secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, falou do sucesso das medidas que possibilitaram a recuperação em V da economia. “É o setor produtivo que nos diz o que fazer”, disse.

Repúdio na Abin

Associação de servidores da Abin repudiou a acusação da produção de documento para a defesa jurídica de Flávio Bolsonaro. “[Relatórios de inteligência] seguem estrito controle de conformidade” e “passam por diversas etapas para garantir padrões éticos e legais”, assegura.

Mão na massa

Sem holofotes, o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) mantém o bom conceito que Bolsonaro tem do seu desempenho. Entregou um trecho de 27km da BR 116, no Sul, duplicado pelo 1º Batalhão de Lages (SC).

A luta continua

Para o jurista Leonardo Pantaleão, o eventual fim da Lava Jato não põe em risco a guerra à corrupção. Obteve resultados importantes, “mas não é o único meio para se punir a corrupção no Brasil”, diz ele.

Pensando bem...

No caso do presidente da Câmara, declarações ofegantes não são sintomas de perda de ar, mas, sim, de perda de poder.

PODER SEM PUDOR

Trocando as bolas

Imagem ilustrativa da imagem Maia se aproxima do voo nº 900 nas asas da FAB
| Foto: Divulgação

Então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff foi uma das pessoas que mais tiveram visibilidade no governo Lula. Ao contrário de outros colegas. Ela própria pareceu reconhecer isso. Em solenidade no Palácio do Planalto, ofereceu um prelúdio dos discursos confusos durante a presidência e chamou de “Eduardo Costa” o colega Humberto Costa (Saúde) e tascou um “Humberto Campos”, ao se referir ao então ministro Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia). Após reconhecer a gafe, ela se desculpou assim: “Vocês têm que convir que trabalhei demais este ano...” Outra gafe: parecia insinuar que as duas vítimas não trabalharam como ela.