Maia fez 882 voos pela FAB, 25 desde dezembro
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
Claudio Humberto
“Não contamos com alternativa terapêutica”
Meiruze Freitas, diretora da Anvisa, ao apresentar relatório favorável ao uso emergencial das vacinas de Oxford/AstraZeneca e Coronavac
O presidente Bolsonaro denunciou o uso abusivo de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) ao acusar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de usar jatinhos na campanha em favor do seu candidato à sucessão, Baleia Rossi. Presidentes de Poder podem requisitar jatinhos da FAB, mas Maia usa a mordomia sem dó: 882 vezes desde que assumiu, segundo dados do Comando da Aeronáutica aos quais esta coluna teve acesso. Desde dezembro, mês que iniciou o recesso, foram 25 voos.
Check-in dá nos nervos
Aliados de Maia atribuem seu nervosismo à iminente perda da mordomia. Deixando de ser presidente, ele terá de voltar às filas nos aeroportos.
Longe da terrinha
O deputado viajou a São Paulo oito vezes, dede dezembro. Foram três viagens para Rio; uma no Natal e outra no Ano Novo.
AeroMaia
Ele realizou 140 voos com jatinhos da FAB em plena pandemia de 2020. Em 2019 foram 250; em 2018, 198. Em 2017, 211. E em 2016, 79.
Para poucos
Além dos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo, ministros e comandantes militares têm direito de requerer jatos da FAB.
Impostaço de Doria prejudica pacientes com câncer
A decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de retirar a isenção de impostos de medicamentos, em plena pandemia, prejudica diretamente pacientes que estão em tratamento de câncer, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Progenéricos). O preço do medicamento genérico Letrozol, usado no tratamento de câncer de mama, por exemplo, disparou 13,64%.
Só prejuízo
O Lezotrol passa de R$140 para R$159. Também usado contra de câncer de mama, o genérico Tamoxifeno vai de R$55,14 para R$62,66.
Insuficiente
O recuo anunciado por Doria, mantendo o ICMS em 12% para genéricos, não foi suficiente para proteger os consumidores, diz a associação
Na saúde e no bolso
“Isso trará grande peso no orçamento”, explica Telma Salles, presidente da PróGenéricos. “Além de enfrentar a doença”, lembra ela.
Será uma surpresa
Um senador aliado de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) está preocupado. “Ele não faz ideia dos compromissos que Davi Alcolumbre assumiu em nome dele”, disse, referindo-se à campanha para presidente do Senado.
Três palavras, um destino
Há uma preocupação em Brasília com a deterioração das expectativas de retomada da economia em 2021 em razão da pandemia. “Se pudesse dar um conselho ao presidente Bolsonaro”, diz o cientista político Paulo Kramer, “eu diria só três palavras: vacinar, reformar e privatizar”.
Não falta dinheiro
Prefeitos e governadores só precisam fundamentar o pedido e o dinheiro é liberado sem demora pelo Ministério da Saúde. É assim há anos. Não falta dinheiro. O governo do Amazonas foi incapaz de fazer seu trabalho.
SUS funciona bem
O Ministério da Saúde paga em segundos até consultas médicas do SUS, nas unidades estaduais e municipais de saúde. É só receber o informe por internet, do Estado ou da prefeitura. Tudo automatizado.
Cara de pau
O site e-Cidadania comemorou esta semana os resultados de 2020. É o site que foi censurado pelo Senado após projeto que pretendia permitir a reeleição de Davi Alcolumbre receber avaliação negativa de 99%.
É a ordem
O investimento de R$3,9 bilhões do BNDES em outra usina termelétrica no Rio tem explicação simples. “Está sobrando gás e precisam queimar”, disse um deputado ao revelar “a ordem no Ministério da Economia”.
Dentro do esperado
A inflação em 2020 foi de 4,52%. O resultado ficou meio ponto percentual acima da meta do governo de 4%, mas permaneceu entre o piso de 2,5% e o teto de 5,5%. Para 2021, a meta é 3,75%.
Motivos não faltam
A vacinação em massa não serve apenas para gerar uma imunidade de rebanho contra o coronavírus. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adanon, a imunização reduz a capacidade de mutação do coronavírus.
Pensando bem...
...apontar culpados é mais fácil que resolver os problemas.
PODER SEM PUDOR

Questão de temperamento
Nas comemorações dos 20 anos da redemocratização do País, o ex-presidente José Sarney contou que certa vez divergia dos métodos do seu ex-ministro e amigo Antônio Carlos Magalhães, quando o babalaô baiano advertiu: “Eu tenho o meu temperamento!” Sarney não perdeu a chance: “Mas o meu é melhor que o seu, porque cheguei a presidente da República...”

