“Conveniência reinante à luz de interesses momentâneos”

Ministro Marco Aurélio Mello, ao votar contra a reeleição da dupla Maia/Alcolumbre

Eduardo Gomes e Lira, as escolhas de Bolsonaro

Jair Bolsonaro bateu o martelo: sua torcida é pela vitória do Líder do Governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), na disputa pela presidência do Senado, e do Líder do PP, Arthur Lira (AL), na presidência da Câmara. Mas a decisão do presidente, deputado por 28 anos, é não interferir nas eleições, até porque, historicamente, essa atitude mais atrapalha que ajuda candidaturas simpáticas ao Planalto.

Apoio unânime

O PP decidiu que Arthur Lira será seu candidato. O apoio foi proposto à bancada pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI).

De fora para dentro

Logo cedo, nesta segunda (7), Bolsonaro recebeu inúmeros telefonemas e mensagens de políticos e dirigentes partidários pró-Eduardo Gomes.

Atenção ao quase ex

O Líder do Governo no Congresso não quis admitir sua candidatura publicamente antes que Davi Alcolumbre, atual presidente, se manifeste.

Relacionamento

Arthur Lira e Eduardo Gomes têm características muito valorizadas na classe política: cultivam relações pessoais e honram compromissos.

Maia tenta dividir ‘centrão’, e Bivar entra na disputa

Irritado com a derrota no STF, Rodrigo Maia tenta desesperadamente derrotar Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara, por isso procura um nome que divida o PP. Como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ou alguém filiado a partido do “centrão”, como Marcelo Ramos (PL-AM), que se presta ao papel de alguém da sua “confiança”. Mas é o experiente Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, que, rompido com Bolsonaro, tem sido apontado como garantia de “independência” em relação ao governo.

Reta de chegada

Rodrigo Maia vive um drama: restam-lhe quinze dias no cargo. O recesso inicia no dia 22 e vai até 1º de fevereiro, quando o sucessor será eleito.

Poder mudou de local

Outro drama de Rodrigo Maia é a expectativa de poder do deputado Arthur Lira, cujo gabinete já é mais frequentado que o dele, na Câmara.

Cafezinho servido frio

Na coletiva, ontem, Rodrigo Maia parecia não perceber que está fora do jogo. Resta-lhe criticar, ameaçar e reclamar do cafezinho servido frio.

Fake news impune

Veículos de comunicação acolheram a plantação da turma de Rodrigo Maia, garantindo que havia “maioria formada” no STF favorável à reeleição. Era fake, mas agências de checagem fingiram que não viram.

Pote de mágoas

Rodrigo Maia reagiu mal à derrota no STF, demonstrando um rancor que surpreendeu até aliados, e contando a lorota de que não era candidato à reeleição, quando se sabe que passou o ano tentando viabilizar isso.

Estava tudo pronto

Para tentar manter controle sobre sua sucessão, Rodrigo Maia usou a coletiva de ontem para transferir a seu candidato, seja quem venha a ser, o mote que seus marqueteiros criaram para a reeleição: “Câmara livre”.

Baleia desacelera

Perde força a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) ao comando da Câmara, após o entendimento para que seu partido eleja o próximo presidente do Senado. O MDB não presidirá as duas Casas.

Ilusão pós-derrota

Atirando para todos os lados em seus estertores, Rodrigo Maia diz que o Congresso “avançará de qualquer jeito” em plano de vacinação. Ele nem sequer consegue fazer funcionar a comissão da Covid na Câmara.

Sociedade deformada

Cabo Cardoso foi executado covardemente com tiro na cabeça, no Rio. As manchetes não se referem a raças certamente porque, se a vítima fosse negra, teríamos outro caso de racismo no Brasil. Mas era um pai de família, além de policial, branco. Daí a falta de comoção no noticiário.

Questão de tempo

Jair Bolsonaro garantiu que o governo aguarda apenas a certificação da Anvisa para dar início à imunização da população contra Covid. Segundo o presidente, a vacinação será para “todos, gratuita e não obrigatória”.

Socialismo pros outros

A vacinação em Lisboa terá início em janeiro, com foco em grupos de risco. O governo socialista português oferecerá a vacina do laboratório americano Pfizer, produzida na Bélgica. Nada de vacina chinesa por lá.

Pensando bem...

...os dois Botafogos estão na zona de rebaixamento.

PODER SEM PUDOR

Imagem ilustrativa da imagem Eduardo Gomes e Lira, as escolhas de Bolsonaro

O síndico mirim

O atual prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), mostrou desde cedo que herdou o jeito ACM de se impor. Nos anos 1980, o alto clero carlista (Antonio Imbassahy, o ex-senador ACM Jr etc) morava no Condomínio Bosque Suíço, em Salvador. Ainda criança, aos dez anos, Neto quis ser síndico do condomínio. Afinal, era o “neto do homem”. Foi impedido pela convenção do condomínio, mas criou a figura do “síndico mirim”, à revelia dos moradores. Tinha até verba mensal. Neto foi o primeiro e único a ocupar o cargo.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos