Eduardo Gomes e Lira, as escolhas de Bolsonaro
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terça-feira, 08 de dezembro de 2020
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“Conveniência reinante à luz de interesses momentâneos”
Ministro Marco Aurélio Mello, ao votar contra a reeleição da dupla Maia/Alcolumbre
Eduardo Gomes e Lira, as escolhas de Bolsonaro
Jair Bolsonaro bateu o martelo: sua torcida é pela vitória do Líder do Governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), na disputa pela presidência do Senado, e do Líder do PP, Arthur Lira (AL), na presidência da Câmara. Mas a decisão do presidente, deputado por 28 anos, é não interferir nas eleições, até porque, historicamente, essa atitude mais atrapalha que ajuda candidaturas simpáticas ao Planalto.
Apoio unânime
O PP decidiu que Arthur Lira será seu candidato. O apoio foi proposto à bancada pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI).
De fora para dentro
Logo cedo, nesta segunda (7), Bolsonaro recebeu inúmeros telefonemas e mensagens de políticos e dirigentes partidários pró-Eduardo Gomes.
Atenção ao quase ex
O Líder do Governo no Congresso não quis admitir sua candidatura publicamente antes que Davi Alcolumbre, atual presidente, se manifeste.
Relacionamento
Arthur Lira e Eduardo Gomes têm características muito valorizadas na classe política: cultivam relações pessoais e honram compromissos.
Maia tenta dividir ‘centrão’, e Bivar entra na disputa
Irritado com a derrota no STF, Rodrigo Maia tenta desesperadamente derrotar Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara, por isso procura um nome que divida o PP. Como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ou alguém filiado a partido do “centrão”, como Marcelo Ramos (PL-AM), que se presta ao papel de alguém da sua “confiança”. Mas é o experiente Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, que, rompido com Bolsonaro, tem sido apontado como garantia de “independência” em relação ao governo.
Reta de chegada
Rodrigo Maia vive um drama: restam-lhe quinze dias no cargo. O recesso inicia no dia 22 e vai até 1º de fevereiro, quando o sucessor será eleito.
Poder mudou de local
Outro drama de Rodrigo Maia é a expectativa de poder do deputado Arthur Lira, cujo gabinete já é mais frequentado que o dele, na Câmara.
Cafezinho servido frio
Na coletiva, ontem, Rodrigo Maia parecia não perceber que está fora do jogo. Resta-lhe criticar, ameaçar e reclamar do cafezinho servido frio.
Fake news impune
Veículos de comunicação acolheram a plantação da turma de Rodrigo Maia, garantindo que havia “maioria formada” no STF favorável à reeleição. Era fake, mas agências de checagem fingiram que não viram.
Pote de mágoas
Rodrigo Maia reagiu mal à derrota no STF, demonstrando um rancor que surpreendeu até aliados, e contando a lorota de que não era candidato à reeleição, quando se sabe que passou o ano tentando viabilizar isso.
Estava tudo pronto
Para tentar manter controle sobre sua sucessão, Rodrigo Maia usou a coletiva de ontem para transferir a seu candidato, seja quem venha a ser, o mote que seus marqueteiros criaram para a reeleição: “Câmara livre”.
Baleia desacelera
Perde força a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) ao comando da Câmara, após o entendimento para que seu partido eleja o próximo presidente do Senado. O MDB não presidirá as duas Casas.
Ilusão pós-derrota
Atirando para todos os lados em seus estertores, Rodrigo Maia diz que o Congresso “avançará de qualquer jeito” em plano de vacinação. Ele nem sequer consegue fazer funcionar a comissão da Covid na Câmara.
Sociedade deformada
Cabo Cardoso foi executado covardemente com tiro na cabeça, no Rio. As manchetes não se referem a raças certamente porque, se a vítima fosse negra, teríamos outro caso de racismo no Brasil. Mas era um pai de família, além de policial, branco. Daí a falta de comoção no noticiário.
Questão de tempo
Jair Bolsonaro garantiu que o governo aguarda apenas a certificação da Anvisa para dar início à imunização da população contra Covid. Segundo o presidente, a vacinação será para “todos, gratuita e não obrigatória”.
Socialismo pros outros
A vacinação em Lisboa terá início em janeiro, com foco em grupos de risco. O governo socialista português oferecerá a vacina do laboratório americano Pfizer, produzida na Bélgica. Nada de vacina chinesa por lá.
Pensando bem...
...os dois Botafogos estão na zona de rebaixamento.
PODER SEM PUDOR
O síndico mirim
O atual prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), mostrou desde cedo que herdou o jeito ACM de se impor. Nos anos 1980, o alto clero carlista (Antonio Imbassahy, o ex-senador ACM Jr etc) morava no Condomínio Bosque Suíço, em Salvador. Ainda criança, aos dez anos, Neto quis ser síndico do condomínio. Afinal, era o “neto do homem”. Foi impedido pela convenção do condomínio, mas criou a figura do “síndico mirim”, à revelia dos moradores. Tinha até verba mensal. Neto foi o primeiro e único a ocupar o cargo.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos