“Política não pode ser colocada acima da questão emergencial que vivemos”

Presidente Jair Bolsonaro evita polemizar em torno do surto do coronavírus

Campanha pede que político abra mão do salário

Viraliza a campanha para que parlamentares, sobretudo do Congresso, abram mão dos seus privilégios e regalias, a fim de que esses recursos sejam aplicados no combate ao coronavírus. Afinal, enquanto a crise ameaça salários, empregos e empresários já não sabem se continuarão sua atividade, deputados federais e senadores seguem custando quase R$ 200 mil por mês, cada, e ainda têm plano de saúde único no mundo, ao contrário do povão, que paga essa conta e tem que enfrentar o SUS.

Hora de retribuir

A campanha nas redes sociais inclui, além de parlamentares, todos os ocupantes de cargos bem remunerados na administração pública.

Grande ideia

O empresário José Luís Leite, cujo vídeo viralizou, pede que políticos “cortem na própria carne” e doem seus salários. Foi um sucesso.

Nisso eles são rápidos

Com a crise do coronavírus, em poucos dias Câmara e Senado criaram um sistema de votação remoto que os dispensam de ir ao trabalho.

Ao menos reduzir

Se o Congresso não abre mão de privilégios, ao menos poderia reduzi-los, já que a pretexto do coronavírus vai trabalhar só um dia por semana.

Congresso virtual tem tudo para ser esquecido

Em meio à crise provocada pelo coronavírus, deputados e senadores nunca trabalharam tão rápido para resolver seus problemas e criaram em tempo recorde sistemas para realizar sessões virtuais sem sequer ir a Brasília. Isso só está funcionando devido ao tema único e votações de consenso, mas os próprios servidores do Congresso preveem um caos com projetos polêmicos e acreditam que, para o desgosto dos parlamentares, a ideia deve ser esquecida assim que a crise passar.

Dois lados da moeda

A realização de sessões remotas seria útil em projetos insignificantes, pois liberaria a pauta, mas pode ser a desculpa para folgas maiores.

Kit obstrução

A falta da possibilidade de um debate livre é tida como prato cheio para questionamento judicial de deliberações polêmicas do “plenário virtual”.

Sonho de carreira

A realização permanente de sessões remotas é o sonho de deputados e senadores que adoram os salários e regalias, mas odeiam o trabalho.

Prorrogação de 2 anos

Ganha força no Congresso a ideia de cancelar as eleições e prorrogar os mandatos de prefeitos e vereadores, em razão do coronavírus, como esta coluna revelou ontem. Jair Bolsonaro defende “coincidência de todos os mandatos eletivos". Seria o fim de eleição a cada dois anos.

Principado ameaçado

Já é visível a mudança no comportamento do novo líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), independente em relação à república de Pernambuco comandando o partido com trejeitos coronelistas.

Alô, Maia e Alcolumbre

Segundo pesquisa XP/Ipespe, a avaliação negativa (ruim ou muito ruim) do presidente Jair Bolsonaro de 36% só perde para a avaliação negativa do Congresso Nacional, que soma 44%.

Sem quarentena nos gastos

O Congresso tirou recesso de 48 dias. Voltou em 4 de fevereiro, depois teve Carnaval e coronavírus. Mesmo assim, deputados e senadores gastaram mais de R$ 6 milhões só em 2020, em “ressarcimentos”.

Dias de terror

Sem ter a quem pedir esmolas, com as ruas desertas, moradores de rua do Rio de Janeiro passaram a atacar raros transeuntes em gangues, tirando-lhes o que podem, à força.

Só pensam naquilo

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) continua sendo quem mais gasta dinheiro público por meio de ressarcimento de despesas, no Congresso. Desde fevereiro de 2019, já foram R$ 600 mil.

Não houve risco

O deputado Cezinha (PSD-SP) disse não ter exposto qualquer pessoa ao risco quando presidiu sessão do Conselho de Ética, terça (10). Ele disse que, segundo seu médico, o coronavírus deve ter sido contraído após um contato com o senador Nelsinho Trad (MS) na quarta (11).

Guerra de comunicação

A FGV/DAPP diz que desde o início de março, grupos antibolsonaristas têm se mantido com maior volume de engajamento que bases pró-Bolsonaro no Twitter, com 21% dos engajamentos.

Pergunta no diretório

Por onde anda o ex-presidiário Lula? Que outro dia estava passeando na Itália, França, Alemanha...

PODER SEM PUDOR

O delegado professor

Imagem ilustrativa da imagem Campanha pede que político abra mão do salário

Tancredo Neves, recém-formado, foi para São João Del Rey exercer a promotoria. Com aquela conversa que o levaria ao poder anos mais tarde, foi chegando e arrumando namorada. Mal sabia que o delegado havia proibido namoro nas praças, por isso ele se misturou aos muitos casais que ocupavam um dos jardins públicos da cidade. A polícia chegou de repente e expulsou todo mundo. Tancredo se preparava para protestar contra a violência quando foi notado pelo delegado. Rápido no gatilho, o policial mostrou que tinha muito a ensinar a Tancredo: “Doutor, botei esse pessoal para fora para deixar o senhor à vontade...”

___

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

www.diariodopoder.com.br