“Merecem uma reposta dura do ordenamento jurídico”

Léo Moraes (Pode-RO) justifica projeto que tenta transformar a corrupção em crime hediondo

Bolsonaro acabou ‘Renda Brasil’ para conter boato

O presidente Jair Bolsonaro jamais gostou da ideia e nesta terça-feira (15) liquidou de uma vez a troca de denominação do Bolsa Família por “Renda Brasil”. Político experiente, ele sabia que a mudança embutia um risco desnecessário. Mas o presidente teve certeza de que era mesmo um erro quando soube que opositores, aproveitando-se do noticiário confuso, já espalhavam o boato de que “o Bolsa Família vai acabar”.

Profissionais

Bolsonaro não quis subestimar o boato até porque reconhece que estão na oposição, sobretudo no PT, grandes especialistas nessa matéria.

Boato eleitor

O boato de que “o bolsa família vai acabar” garantiu a reeleição de Dilma Rousseff (PT), em 2014, contra Aécio Neves (PSDB).

Pai dos pobres

O novo nome foi descartado, mas não a decisão de melhorar o bolsa-família. Em 2021, Bolsonaro quer correr para o abraço com o povão.

Água na fervura

Oposição parecia usar o boato sobre o “fim” do bolsa família” para tentar neutralizar a crescente aprovação de Bolsonaro junto aos mais pobres.

Nos Correios, 36 sindicatos dificultam negociação

Um dos motivos do declínio dos Correios, que já foram a instituição mais respeitada do Brasil, é a radicalização do impressionante número de sindicatos, um mais radical que o outro. Atualmente, são 36 entidades pretendendo “liderar” quase 100 mil funcionários. Empenhada em manter regalias, a pelegada agora é questionada pelos funcionários convencidos do erro promover greve em plena pandemia. Poucas greves apontaram de modo tão eloquente a privatização da estatal como solução definitiva.

300 só na ECT

De 5 a 9 empregados são liberados do trabalho para ficar à disposição de cada um dos sindicatos e 11 para cada uma das duas federações.

Sem nenhum pudor

Todos os liberados mantêm, além dos salários e assistência médica, os vales Alimentação e Refeição, vale-peru e vale-cultura. Sem nem corar.

Apesar dos prejuízos

Além das regalias, o acordo coletivo obriga viabilização de cooperativa habitacional, palestras e cursos, além de reembolso de gasto com babá.

Vazar com moderação

O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi orientado no Planalto a fazer sua equipe “plantar estudos” com moderação. Fazem isso só para testar a reação da opinião pública e descartar ideias que repercutam muito mal. Nesta terça, exageraram: uma lorota distinta plantada em cada jornalão.

Novo gigante

Ex-partido do presidente, o PSL vai receber quase R$ 200 milhões do fundão eleitoral para a campanha deste ano. Em 2016, sem esse fundão indecoroso, o PSL foi o 19º partido a eleger mais prefeitos: 30 em 5,5 mil.

Que vexame

É constrangedor sindicalistas ligados ao ensino público, escorados na estabilidade, tentando inviabilizar a retomada das aulas, quando até a Organização Mundial de Saúde (OMS) o recomenda.

Crime hediondo

Projeto do deputado Léo Moraes (Pode-RO) torna crimes hediondos desvio de dinheiro público, corrupção, tráfico de influência etc. Sem direito a anistia, a fiança ou a progressão de regime.

Pró-cartão vermelho

O ex-ministro Moreira Franco achou sensato o “cartão vermelho” de Bolsonaro à equipe econômica, “que insiste em tirar do andar de baixo em vez de taxar o andar de cima”. Para ele, o Renda Brasil deve existir.

Torcida aberta

A imprensa brasileira seguiu a americana, majoritariamente ligada ao partido Democrata, tentando desqualificar o acordo que normalizou as relações de Israel com duas nações árabes. Como se o acordo histórico não pudesse ser fechado porque ajudaria na reeleição de Donald Trump.

Tarde demais

A comissão da Covid-19 na Câmara convidou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para falar sobre o plano da retomada de aulas presenciais. Marcada para dia 17, faltam só 3 meses para acabar o ano.

Pernas curtas

O site eCidadania, do Senado, alegou “manutenção” e censurou enquete onde 99% de 9 mil pessoas rejeitavam a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Mas todas as demais seções do site funcionam.

Pensando bem...

...faltam dois meses para as eleições municipais, mas nem parece.

PODER SEM PUDOR

Quem tinha votos

Imagem ilustrativa da imagem Bolsonaro acabou ‘Renda Brasil’ para conter boato
| Foto: Charge

Quem narrou o seguinte episódio ao então repórter Murilo Melo Filho foi o senador conterrâneo Dinarte Mariz: “o presidente Castelo Branco chamou-me ao Palácio das Laranjeiras para conversar sobre a sucessão no Rio Grande do Norte. Começou dizendo que quem realmente tinha votos lá no Estado era o meu adversário, Aluízio Alves. Ponderei: ‘Vossa Excelência me perdoe. Mas, se o critério é este, quem devia estar aí no seu lugar era o Juscelino, que tem votos. Muitos, aliás’.”

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Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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