Seu nome poderia ser Irreverência, mas é Rita Lee Jones. A paulistana que nasceu na Vila Madalena, em 1947, passou a vida apaixonada pela música e há 47 anos vive também com seu grande amor, o guitarrista Roberto de Carvalho, um casamento raro, em se tratando de tempos líquidos e amores passageiros.

LEIA MAIS:

O encontro da mitologia grega com os Narcisos digitais

Com três filhos, a dupla já trabalhou muito e um de seus maiores sucessos, "Mania de Você", foi criado após uma transa. “Foi em cinco minutos que a gente fez Mania de Você. A gente tinha acabado de transar, ele pegou o violão e eu o caderninho e começamos: ‘Meu bem, você me dá água na boca…'”, contou a cantora em seu Songbook – Volume 2.

De tão sensual, a música que embalou gerações foi proibida num anúncio da Ellus. Afinal, tratava da sexualidade sob um ponto de vista feminino, o que não era tão comum na época do lançamento, mas Rita sempre foi feminista.

Ícone da liberdade, com direito a drogas e rock 'n roll, como muitos de sua geração, ela sempre fez sucesso, vendeu cerca de 55 milhões de discos, um marco que a coloca entre as cantoras e compositoras mais populares do Brasil. Mas a também passou muito sufoco, como quando foi presa, grávida, porque encontraram drogas em seu apartamento e, na cadeia, foi visitada por ninguém que menos que Elis Regina, que lançou uma campanha de apoio à roqueira.

A Rita irreverente que conquistou amor e sucesso, sofreu um baque quando foi diagnosticada com câncer de pulmão e passou por um tratamento delicado até anunciar, em abril de 2022, a remissão da doença. Apesar das melhoras, recentemente ela foi alvo de boatos que cogitavam sua morte, após ela ser internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para se "fortalecer", segundo informou Roberto de Carvalho para desmentir as notícias falsas.

Há uma semana ela voltou para casa, onde vive cercada pela família e muitos bichos porque Rita, além de tudo, é defensora dos animais, demonstrando coragem como quando resgatou de um show de Alice Cooper no Brasil uma jibóia e seu filhote. Ela ficou inconformada com os maus tratos dispensados à cobra pelo roqueiro, que pisoteava o animal durante o show num ato grotesco. Vendo a cena, Rita se aproximou da equipe do músico e conseguiu sair com a jibóia mãe e um filhote dentro de uma gaiola, que levou para casa a fim de tratar os animais. A história foi contada no livro "Rita Lee: uma autobiografia" (Globo Livros/2016), com direito a xingamentos destinados a Cooper que não vou reproduzir aqui, mas que são mais ou menos assim: "Alice fdp, motherfucker *##***&&&" e por aí vai!

Uma nova autobiografia será lançada em 22 de maio, dia de Santa Rita de Cássia, data escolhida porque tem tudo a ver com seu nome e sua fé. Agora, a torcida é pela saúde de Rita e pelo lançamento de seu novo livro, no qual ela deverá, mais uma vez, divertir os leitores com sua verve de humor.

...

A opinião da colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.

Receba nossas notícias direto no seu celular, envie, também, suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link