Humanista e acolhedor, o Papa Francisco tem sido protagonista de mudanças profundas na Igreja Católica desde que assumiu a sua função em 2013. Talvez como nenhum outro papa na história, ele tem a sensiblidade de compreender e assumir os problemas do mundo contemporâneo com uma visão que destoa do conservadorismo arraigado em valores que não fazem mais sentido numa realidade cheia de diversidades.

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. | Foto: Marco Jacobsen

Mas é na sua fé profunda que encontramos os ensinamentos de Cristo em atos e palavras que comovem fieis de todo mundo, seja na luta pelo meio ambiente, no acolhimento das diferenças, na conduta que destoa do capitalismo inconsequente. Neste Natal, vale a pena resgatar e reviver as palavras do Papa Francisco com uma seleção de suas frases profundas, de algumas emana a mais sensível poesia, de outras a mais justa indignação.

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“O dom precioso do Natal é a paz, e Cristo é a nossa paz verdadeira. Cristo bate à porta dos nossos corações para nos conceder a paz, a paz da alma. Abramos as portas a Cristo!” (Angelus, 21 de dezembro de 2014).

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*“Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se? 'Oh não, eu procuro o Senhor!' – poderíamos replicar. Porém a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a procurar-me, a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente das suas carícias. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira bem?” (Homilia no Natal de 2014).

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“Jesus Menino. Penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo duma cultura que não ama a vida; seja nas crianças desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo. Verdadeiramente há tantas lágrimas neste Natal que se juntam às lágrimas de Jesus Menino!” (Mensagem Urbi et Orbi de 2014)

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“Jesus conhece bem a tribulação de não ser acolhido e a dificuldade de não ter um lugar onde poder reclinar a cabeça. Que o nosso coração não fique fechado como ficaram as casas de Belém.” (Mensagem Urbi et Orbi de 2017).

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“Que Maria nos dê a graça de viver um Natal ‘extrovertido’ e não dispersivo: que no centro não esteja o nosso ‘eu’, mas o Tu de Jesus e o tu dos irmãos, especialmente daqueles que necessitam de ajuda”. (Angelus IV domingo do Advento 2018).

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“No Natal, celebramos a luz de Cristo que vem hoje ao mundo e Ele vem para todos: não só para alguns. Hoje, neste tempo de escuridão e incertezas pela pandemia, aparecem várias luzes de esperança, como a descoberta das vacinas.” (Mensagem Urbi et Orbi de 2020)