Esta semana, começou a circular em nossas páginas o selo "A FOLHA apoia a cultura", ele traz o desejo de que em 2022 a vida seja muito mais artística, com música, poesia, teatro e dança alegrando nossos dias. Voltamos para um florescimento, uma primavera, um "renascimento" das artes, depois da fase mais aguda da pandemia, palavra que, aos poucos, vai deixando nosso vocabulário.

Há muito tempo penso na associação de Londrina, a FOLHA e a cultura. Sou de uma geração que também se alfabetizou culturalmente pelas páginas do jornal. Antes e depois de mim outras gerações também se alfabetizaram. O jornal é o registro vivo de dias e noites fantásticos quando nos formamos no bê-à-bá das artes, vendo Antunes Filho encenar em frente ao Teatro Ouro Verde um espetáculo trazido à cidade pelo FILO - Festival Internacional de Londrina - o mesmo que também traria os passos inimagináveis de Kazuo Ohno dançando o kabuki.

Isso seria a antessala de outros espetáculos registrados pela FOLHA ao longo das décadas, como os concertos de piano de Nelson Freire no FIML - Festival de Internacional de Música de Londrina - que hoje ressoa em nossas páginas em sua 41ª edição.

À medida em que gerações de artistas se sucedem e acompanhamos a vida e a morte desses guerreiros da arte, observamos que nem todas as cidades podem celebrar a longevidade da arte como Londrina, onde o jornal celebra a cultura pela sua importância histórica e por acreditar no seu potencial transformador numa sociedade a ser impulsonada pelo conhecimento para ser mais justa.

Isso tem a ver com o tempo passado, presente e futuro.

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. | Foto: Marco Jacobsen

Neste aniversário da cidade, vemos outros eventos lançando sementes, como o CICLO - Conceito de Artes e Conceitos de Londrina - que acaba de trazer ao público uma performance com um elenco de atores de cinco países; ou o Festival de Cinema Kinoarte que exibe dois filmes gratuitamente nesta sexta-feira (10) na Concha Acústica, dirigidos pelo londrinense Rodrigo Grota. Ainda se ouvem na cidade os batuques do samba e das quizombas, a batida do rock e do hip hop, o blues que lembra a passagem dos trens neste Mississipi margeado pelo rio Tibagi.

Para onde olhamos vemos a cultura, um legado tecido à história de Londrina, "cidades dos festivais", como a FOLHA a batizou em tempos recentes. Ainda cuidadosos, feito artistas que dançam na ponta dos pés, como no Ballet de Londrina, vamos saindo de um período triste , trazido pela covid e todas as suas perdas, e assim celebramos a cidade, nos seus 87 anos, renascendo com arte.

Em cada texto e cada imagem registrados pela FOLHA, em mais de 70 anos de jornalismo, sentimos a respiração da cultura, um ser vivo que nos mantém em pé para os aplausos ao celebrar mais um ano da cidade colorida pela dança e o circo, o teatro e a música, a poesia de todos os que por aqui passaram contando histórias, escrevendo livros, tocando instrumentos e executando movimentos que trazemos às nossas páginas porque o jornalismo também é uma arte!

Feliz aniversário, Londrina, na data em que comemoramos também o renascimento da cultura!

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. | Foto: Folha Arte