No meio de tanta notícia ruim, a divulgação de que os médicos da Rainha Elizabeth II , 95 anos, pediram para que ela deixe de beber seu drink noturno - um prosaico martini - trouxe à semana o toque daquelas notícias sobre "celebridades" que os fofoqueiros adoram e as pessoas sérias - não mintam, por favor - não deixam de ler.

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. | Foto: Marco Jacobsen

Fico imaginando a monarca inglesa com um sorrisinho no canto da boca, driblando as ordens para continuar bebendo escondido. Isso porque as pessoas idosas - e Elizabeth II não será exceção - costumam continuar fazendo exatamente o que têm vontade, a despeito das ordens, recomendações e orientações dos médicos e cuidadores.

A proibição da bebida é por causa do Jubileu de Platina do reinado de Elizabeth II, comemorado em 2022, que vai exigir da rainha muitas viagens que ficariam mais confortáveis com um uisquinho aqui e um copo de vinho ali porque, mas os médicos discordam.

Uma prima da rainha já tinha dado com a língua nos dentes, anos atrás, dizendo que Elizabeth gosta de tomar uma taça de champanhe à noite. Também se cogita que ela adora mesmo é o gim, a bebida perfumada que está entre as composições mais químicas do planeta. O fato é que Betinha, para os íntimos, segurou um rojão da juventude à velhice, desde que foi alçada à condição de Rainha da Inglaterra em 1952. Daí, um traguinho a mais ou a menos não deve fazer muita diferença.

Ela encarou a Segunda Guerra trabalhando como mecânica - isso mesmo - e dirigiu inclusive caminhões. Já imaginaram Betinha enfiada embaixo de um motor suja de graxa, mexendo com rebimbocas e parafusetas sem poder tomar um uísque depois do serviço duro?

Se os mecânicos homens dão seus goles depois de um dia de trabalho, por que uma mulher não poderia fazer a mesma coisa, sobretudo no meio das bombas que arrasaram seu país? Por mim tomaria logo uma caipirinha. E podem rir!

Mas nobreza é nobreza, e a série "The Crown", que faz o maior sucesso no streaming, dá a dica sobre a censura que permeia a vida dos reis, rainhas, princesas e princesas. Mas entrega também como eles burlam os protocolos levando vidas divertidas. É difícil avaliar a fidedignidade de Peter Morgan, que escreveu "The Crown", mas a série mostra que a princesa Margareth dava o maior trabalho à família , muito antes de Lady Di chutar o balde. Tive a oportunidade de ver Lady Di bem de pertinho quando ela veio ao Brasil e fez um passeio nas Cataratas do Iguaçu. Lá fui eu cobrir a chegada da princesa num parque cheio de quatis e pude observar que, atrás do sorriso da princesa, havia também olhos tristes. A nobreza que muitos admiram, é uma espécie de prisão de luxo, o que não significa que isso não seja muito mais confortável, e até cínico, comparado à pobreza. Mas as famílias reais não se afobam e dão um jeitinho de driblar protocolos, conselhos médicos e seguranças, vivendo confortavelmente como playboys, mesmo quando usam saias.

Até por isso, confio que a Rainha Elizabeth continuará bebendo martini, champanhe, gim, uísque e o que mais tiver vontade. A última revelação é de que existe um túnel secreto que liga o Palácio de St. James, uma das moradias oficiais da monarca, ao Duke's Bar, um dos bares históricos de Londres. Se é fofoca não sei, mas não deixa de ser engraçado imaginar uma velhinha de 95 anos escapando à noite para viver a vida entre dois goles.

God save the queen! E tim-tim.