O premiado 'Bacurau' abre Gramado

Mantendo praticamente o mesmo orçamento da mostra do ano passado – cerca de 4 milhões de reais – , a edição 47 do Festival de Cinema de Gramado mais uma vez demonstra especialmente a tradicional força do Rio Grande do Sul para que o evento não sofresse descontinuidade (adiamento) e fosse obrigado a se adequar (com os cortes de verba oficiais) a uma nova e injusta realidade que fez com que outros, como o Festival de Brasília , a Mostra Internacional de São Paulo e o Festival do Rio de Janeiro tivessem que recortar drasticamente suas configurações.

Com uma inscrição recorde de filmes (1100) nos últimos anos, em todas as categorias, a safra 2019 traz grande diversidade, mesclando filmes autorais com outros de maior apelo comercial, o que representa resistência em meio a uma conjuntura diversa. Em competição estão 19 longas, brasileiros e estrangeiros, e 34 curtas metragens, entre os da mostra nacional e os gaúchos, que também ganharam este ano uma mostra de longas inéditas produzidas no estado. Como sempre, estão diversas homenagens, as mostras paralelas, exibições especiais fora de concurso, debates com as equipes dos filmes concorrentes, encontros e discussões sobre o mercado audiovisual.

De Cannes a Gramado

Na sexta-feira, na abertura oficial, às seis da tarde, Gramado acolhe uma das pré-estreias nacionais da produção pernambucana “Bacurau”, que há três meses levou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes, recolocando o Brasil no pódio da importante mostra francesa. O filme de Kleber Mendonça (“O Som ao Redor” e “Aquarius”) e Juliano Dorneles, que tem lançamento no circuito nacional confirmado para daqui a duas semanas, levou também o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Munique. À frente de exuberante elenco, o alemão Udo Kier e Sonia Braga, ressurgida para a tela depois de “Aquarius”.

Era uma vez...Tarantino

Chega hoje ao circuitão brasileiro um dos filmes mais previamente incensados dos últimos anos, exemplar conhecido como “o nono de Quentin Tarantino”, aquela produção que, antes mesmo de ser vista, antecipou fricotes & frenesis tanto no baixo quanto no alto clero da cinefilia tupiniquim: “Era Uma Vez em...Hollywood”. Pode-se esperar de tudo um pouco da alucinógena memorabilia do fanático ex-balconista da loja Video Archives, em Manhattan Beach. Volto ao tema em detalhes, impossível não.

Cinema italiano, no Royal Plaza

A 8½ Festa do Cinema Italiano, que foi aberta ontem em Goiânia, estará também em Londrina, nos cines Lumière do Royal Plaza Shopping, a partir desta semana. A programação, bem interessante, traz vários títulos italianos recentes e importantes. Maiores informações com o exibidor local ou pelo site www.telatela.com.br