"Para Onde Voam as Feiticeiras", de Eliane Caffé: um dos filmes em exibição na mostra
"Para Onde Voam as Feiticeiras", de Eliane Caffé: um dos filmes em exibição na mostra | Foto: Divulgação

Há nove anos, logo quando junho divide o calendário, o mais importante evento de cinema do Paraná – e dos mais significativos e relevantes do País (porque indispensável) – dá as caras e se repete (felizmente) como o marco exibidor nacional da produção independente, nossa e do mundo afora. Em 2020, no entanto, e por razões de obviedade absolutamente axiomática, o 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba - optou pela formatação não presencial, atrasou suas datas habituais e está desde quarta-feira (7) navegando cem por cento online, confira em aqui no site do evento.

A partir de uma programação de 100 a 150 filmes, todos os anos a partir de 2012, a curadoria tem mantido um foco constante. Este de garimpar o melhor que se faz em cinema independente em todo o mundo – o garimpo visa justamente selecionar as joias com propostas estéticas inventivas, envolventes e inspiradoras, e com comprometimento temático que envolva toda a complexidade contemporânea, seja a das relações humanas em estado puro, ou interligadas com o politico, o social e o econômico. Enfim, aquele insubstituível e persistente fazer cinematográfico sempre teimoso, que busca a elevação física, mental e material de nós, no momento reféns pandêmicos deste melífluo covid de tal.

A programação está aberta a todos, e é possível traçar uma viagem multifacetada por longas, médias e curtas metragens, através de durações variadas, visitando os mais diversos gêneros. Filmes do Paraná, dos demais estados brasileiros e de vários continentes convivem em harmonia e buscando confirmar o diálogo sugerido pela seleção. É um mix invejável, este da seleção oficial, mesclando títulos novos, clássicos restaurados, obras de mestres do cinema independente alvo de homenagens especiais e filmes de novos diretores já com uma identidade artística estabelecida. A grande maioria inéditos. O bom, ou o muito bom deste cenário, é que tudo se assemelha a um grande aula de história do cinema, interligando passado, presente e as sementes que o cinéfilo pode sentir serem plantadas durante o evento,

Que tal mudar sua plataforma a partir de hoje e durante os próximos dez dias? A promessa menos óbvia é uma cesta nada básica de muito bom cinema, devidamente vacinado contra aqueles vírus velhos e conhecidos. Você pode até ouvir até um love you aqui e ali, mas não vai ter motivo para nenhum I am sorry.