Alguns ditados de Celso Garcia Cid orientam minha vida. Deste me valho todos os dias:

- O primeiro pensamento é que vale!

Quantas vezes, diante de situação qualquer ou de impasse repentino, decido fazer o que primeiro vem à mente, e dá certo – mas, sempre que vacilo ou contrario o primeiro pensamento, erro ou me complico. Não se trata de agir por impulso, mas de atentar para a faísca mental mista de inteligência e intuição, conexão ancestral e toque divino.

Outro pensamento de Seo Celso me orienta dia a dia porque trata do próprio dia:

- Cada dia tem três partes – manhã, tarde, noite – e é preciso aproveitar bem as três!

Seus ditados e provérbios parecem até óbvios, já porque o óbvio é o mais difícil de se ver:

- Quem não come bem, não funciona direito.

Por isso ele fez na Viação Garcia, num tempo em que não existia vale-refeição, um pioneiro restaurante de empresa. Este outro lembra seu amigo João Milanez, que nunca repetia o prato em refeição:

- Comida é coisa sagrada, mas demais pode te matar.

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. | Foto: Reprodução

Homem rico, tinha visões próprias sobre riqueza:

- Não há dinheiro que pague um gosto. O dinheiro é meu escravo, eu não sou escravo dele. Porque não quero ser o defunto mais rico do cemitério.

Já este tem o espírito de Sócrates e é mais atual que nunca neste tempo de reinvenções pessoais e empresariais:

- Pergunte para aprender e aprenda a perguntar.

E seu devido complemento é a base de todo processo educacional:

- O que a gente não aprende se presta atenção? (Com seu reverso implícito: quem quer ensinar, tem de chamar e prender atenção.)

Este outro lembra Wilson Moreira, que se orgulhava de saber fazer tudo que mandava seu pessoal fazer nas empresas ou fazendas:

- Quem manda, tem de saber fazer!

É um ditado atualíssimo, diante de tantos homens públicos em cargos importantes mas sem qualquer experiência administrativa. Aliás, como todo administrador de empresas, Seo Celso tinha ojeriza da hipocrisia política, um dos motivos pelos quais jamais quis se candidatar a qualquer cargo público, até porque praticava o que dizia:

- Para fazer o bem público não é preciso cargo público.

Quando morreu, muita gente que chorou na beira do caixão era desconhecida da família, que só então foi saber que ele ajudava muitas pessoas e entidades, pois:

- Não é preciso contar a ninguém o que se faz por alguém. Quem deve saber, fica sabendo.

Mas o principal motivo para não se tornar político decerto foi este:

- Como é difícil falar o que não se sente!

Outro de seus ditados foi praticado intensamente:

- Com os amigos, posso tudo!

Assim criou empresas e participou da fundação de entidades como a Acil, a Santa Casa, a Sociedade Rural, o Aero Clube, sempre procurando a cooperação que hoje é redescoberta para superação dos desafios pandêmicos. Hora própria para lembrar outros dois provérbios seus:

- Nenhuma luta está perdida se merecermos a ajuda de Deus. Não existe impossível!