Levanta, Londrina!

Levanta sempre, Londrina

a tua bandeira acima

do barro e da poeira

com raízes de paixão

para floração de estrelas

*

Você fez até demais:

rimou amor com suor

juntou trabalho e aventura

e fez da trilha dos burros

estrada para a paz

*

Da mala do mascate

tirou sonhos e amanhãs

e com café festejou

e com geada aprendeu

e fabricando esperança

você nunca se rendeu

*

Sempre cabeça erguida

no orgulho de se saber

terra de muita estirpe

tipo português com preto

turco com italiano

espanhol com português

mineiro com paulistano

baiano com japonês

terra misturando gente

e o pé-vermelho se fez

*

Quem só sonha se alucina

quem só trabalha se perde

por isso a gente aprende,

Londrina, com tua História:

o bem não seja ranzinza

o mundo não é só verde

mas também não seja cinza

e o futuro é sempre agora

*

Pois foram-se as derrubadas

ergueu-se outra floresta

de aço e de concreto

mas com vales e floradas

sua seiva de satélites

a vida mais avivada

o mundo sempre por perto

*

Você já nasceu de quem

procurava nova vida

depois recebeu tantos

para serem renascidos

que crise não causa espanto

em quem de crise em crise

só cresceu e mudou tanto

*

Portanto sempre levanta

acima dos edifícios

além das tuas colinas

tua bandeira de estrelas

o astral do teu espírito