Para quem olha com os próprios olhos, está bem claro que esquerda e direita são siamesas, torcendo a História em narrativas, distorcendo os fatos para caberem nas ideologias. Uma quer nos levar a um belo futuro que nunca existiu em nenhum país socialista, outra quer resgatar um belo passado como na ditadura ou até na monarquia. Ambas, porém, com o mesmo gosto por ditadura, censura, corrupção e inchação estatal.

Ambas não propõem redução de um Estado com dois mil funcionários só no STF, coisa espantosa para o mundo. Procura-se com vela acesa quem queira redução dos cargos de confiança. Todos confiam, sim, em chegar ao poder e, conforme Bernard Chantebout, “gozar o poder, aumentar o poder e manter-se no poder”.

Por isso prefiro praticar princípios e valores da Civilidade, começando por honestidade. Com os avós aprendi que não se deve ser honesto por temor de punição, mas por gosto e inteligência, e o tempo foi comprovando que empresa desonesta não dura, argumento desonesto não cola, ser desonesto é mau negócio.

Também fui comprovando como é igualmente indispensável qualidade de produtos ou serviços. Desde criança consumo a mesma marca de manteiga porque continua a mesma velha e boa manteiga em cujas latas Vó Tiana plantava violetas.

O tempo foi mostrando também que, além da mentira ter pernas curtas, quem não procura a verdade acaba enganado. Ídolos só se sustentam quando nos cegamos para seus pés de barro.

.
. | Foto: Reprodução

Como repórter agrícola descobri a produtividade – produzir mais e melhor com menos custo, coisa que é a maior das carências nacionais, tanto no Estado quanto na sociedade. Temos poderes públicos gigantes prestando serviços precários com altos custos. Mas basta olhar nosso próprio lixo para ver como dividimos com o Estado responsabilidade por problemas que poderiam se tornar benefícios mas...

Entretanto, aprendi também que, diante de qualquer problema, não basta boa vontade, é preciso criatividade. Se um dia um nosso ancestral não tivesse começado a quebrar coquinhos com pedras, ainda estaríamos olhando com fome os coquinhos caídos do coqueiro.

Mas e a bondade, não é essencial para humanidade? Certamente sim, se bondade for não fazer a ninguém o que não queira para si, e fazer a outros o que nos faz bem - sem confundir com caridade, que é coisa boa desde que não se torne política populista, passando então a prejudicar principalmente os pobres, como demonstra a crise atual.

Já a claridade ou transparência o Estado e os políticos vão concedendo conforme a sociedade vai exigindo e, enquanto isso, vê-se muita gente, em nome de ideologias, cultivando ou indultando corrupção, incompetência, mentira, dependência, mesmice, maldade e cegueira.

Será que só eu acredito nessas raízes? Só eu vejo que o maior mal é o gigantismo do Estado e a maior doença a incivilidade? Vou me sentindo uma ilha, mas esperando que nas próximas eleições muitas ilhas assim se juntem, para – nem direita nem esquerda – a gente ir em frente.