Recentemente, 28 de julho, comemorou-se no Brasil o Dia do Agricultor, uma homenagem mais do que justa a esse profissional, considerando sua contribuição à qualidade de vida da população. Embora a dimensão da sua importância não seja adequadamente reconhecida por muitos cidadãos urbanos, seria racional que compreendessem que muito do que adquirem no supermercado ou na loja de roupas, vem do campo e é disponibilizada ao consumidor pelo agricultor na forma de alimentos ou matérias primas para elaboração de outros bens de consumo diário pela população (roupas, móveis, biocombustíveis, entre outros).

O estabelecimento dessa data como Dia do Agricultor no governo JK, em 1960, coincide com os 100 anos de criação, pelo Imperador Dom Pedro II, do Ministério da Agricultura - o primeiro Ministério do Brasil – dado o reconhecimento da importância da agropecuária desde os primórdios de existência do País. No início predominava a agricultura de subsistência, com predomínio da produção em pequenas propriedades, baixo uso de modernas tecnologias e ênfase na exploração da fertilidade natural do solo, com pouco ou nenhum uso de fertilizantes.

Essa realidade mudou substancialmente a partir da década de 1970, quando o agricultor reconheceu a importância da utilização das modernas ferramentas tecnológicas nos processos produtivos do campo (fertilizantes e agrotóxicos, entre outras) e passou a utilizá-las em larga escala, o que proporcionou ao agro brasileiro um salto na produtividade e na qualidade dos produtos ofertados ao mercado, abastecendo não apenas o Brasil, mas boa parte dos consumidores globais. Aliado à eficiência no uso de modernas ferramentas tecnológicas, o agricultor brasileiro evoluiu e precisa ser reconhecido pela garra e dinâmica com que exerce sua tarefa de produzir sempre maiores quantidades e com sustentabilidade.

Segundo a Embrapa, 10% da produção mundial de grãos e oleaginosas tem origem no Brasil, que produz seis vezes mais do que consome. Mesmo em tempo de pandemia, em 2021, o PIB agropecuário cresceu 8,36%, alcançando 27,4% de participação no PIB brasileiro (CEPEA).

O agricultor é um herói anônimo que, mesmo ciente de que sua atividade não recebe o reconhecimento que merece, não se desestimula e segue trabalhando com a mesma dedicação para que o agronegócio brasileiro se fortaleça e contribua sempre mais para alavancar a economia do Brasil.

Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja


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