Vizinhos reclamam de poços em condomínio
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 02 de março de 2001
Os moradores de um condomínio de classe média no Jardim Cláudia, zona sul de Londrina, estão sendo obrigados a redobrar os cuidados com as crianças. Seis poços de aproximadamente 15 metros de profundidade ao lado do condomínio, separados apenas por tapumes deteriorados, representam uma ameaça constante. No edifício de 21 andares moram cerca de 350 pessoas.
Os poços, camuflados por um matagal, foram abertos há três anos e fazem parte da fundação de mais dois edifícios que seriam construídos no condomínio de 20 mil metros quadrados. De acordo com a síndica do edifício, Lucy Gonçalves, a construtora parou as obras devido a problemas financeiros e deixou apenas um edifício pronto. O terreno do restante do condomínio foi entregue ao banco Itaú como pagamento de parte de dívidas. A construtora deixou os tapumes que estão apodrecendo, afirmou Lucy. O muro que existe em frente ao condomínio ruiu há mais de três semanas. Somos obrigados a contratar vigias extras para garantir a segurança, disse a síndica.
Segundo Lucy Gonçalves, além dos poços, insetos como aranhas, cobras e escorpiões proliferam no matagal. A Vigilância Sanitária, disse Lucy, esteve no local e constatou focos do mosquito Aedes aegypt, transmissor da dengue. As despesas extras estão sendo arcadas exclusivamente pelos condôminos, já que o banco não estaria pagando sua parte. Apenas um terço das despesas externas são nossas, mas estamos pagando tudo, assegurou a síndica. Na avaliação de Lucy, a sujeira do terreno baldio, a falta de um muro apropriado e os poços devalorizam os imóveis.
O diretor de relações institucionais do Banestado, Aldous Galletti, afirmou ontem que o banco já contratou uma empresa para fazer a limpeza do terreno, tapar os buracos e realizar as obras necessárias para solucionar o problema do condomínio. A informação que obtive é que em função das chuvas as obras não puderam ser iniciadas, o que deve ocorrer em breve, disse. Um funcionário da empresa contratada pelo banco, que preferiu não se identificar, informou que os operários já estão trabalhando no condomínio. De acordo com o funcionário, na ordem de serviço constam a limpeza do terreno, o fechamento dos poços, a construção do muro e portões de ferro.