Natália Horbath Moreira prestará a prova da UEL como treineira
Natália Horbath Moreira prestará a prova da UEL como treineira | Foto: Arquivo pessoal

Ao ingressar no ensino médio o estudante começa a dar os primeiros passos rumo ao ensino superior. É a etapa decisiva para o futuro profissional e, portanto, sempre estará cercada de muitas dúvidas como, por exemplo, qual curso escolher, em qual instituição estudar e como começar a se preparar para o processo seletivo.

Pensando nesses estudantes, as universidades permitem a participação de treineiros nos vestibulares para que possam vivenciar esse momento, como uma forma de preparo para as provas futuras. Na UEL (Universidade Estadual de Londrina) - uma das melhores universidades do Brasil e da América Latina segundo o QS Latin America University Rankings 2021 - a participação de treineiros é permitida desde o vestibular de 2008.

A UEL considera o candidato treineiro aquele que, no período de inscrição, estiver cursando série/ano inferior ao 3º ano do Ensino Médio. Segundo a Cops (Coordenadoria de Processos Seletivos), podem se inscrever estudantes a partir dos 15 anos.

Para o Vestibular 2021, a Universidade registra um total de 1.410 treineiros. A maioria das inscrições foram para os cursos de Medicina (408), seguido de Direito Matutino (103), Psicologia (78) e Arquitetura e Urbanismo (63).

EXPERIÊNCIA

O coordenador do ensino médio do Colégio Marista Londrina, Nilson Douglas Castilho, aconselha a todos os estudantes que estão ingressando no ensino médio, a passarem por essa experiência. “Não é preciso se cobrar tanto, mas é uma forma de se preparar. A primeira vantagem está no fato do estudante se colocar em um processo avaliativo de vestibular, já que não está acostumado a fazer uma prova tão extensa. Nesse sentido, o aluno consegue ter uma melhor ideia do controle do tempo para a resolução da prova e até se organizar melhor para os estudos”, afirma.

Outro ponto que o professor destaca é o entendimento sobre como o conteúdo da prova é trabalhado. “Se são questões mais tradicionais, interdisciplinares ou se os cálculos demandam muito tempo, por exemplo. Isso tudo ajuda para que os estudantes criem estratégias e mudem os hábitos de estudo”, diz.

A aluna Catarina Franco Seco, 16, vai entrar no local de prova pela segunda vez como treineiro no vestibular da UEL. Ela participou pela primeira vez do processo seletivo em 2019, também para o curso de Medicina. “Na primeira vez, resolvi me inscrever para conhecer a prova e tirar um pouco da ansiedade e do medo que eu sentia em relação ao vestibular. A experiência foi muito boa porque quando abri o caderno de questões, consegui ir me acalmando e senti que o clima, até mesmo pela presença dos fiscais em sala, não era um bicho de sete cabeças como eu imaginava”, lembra.

Para este ano, a estudante vai encarar o desafio da redação. “Como o vestibular tinha duas fases, eu acabei não indo para a segunda e não fiz a redação. Dessa vez, estou um pouco preocupada com a redação e tenho me preparado para essa etapa. Quando ao funcionamento do gabarito e da logística da prova, eu estou bem mais tranquila e sei que é pelo fato de ter passado por isso antes. Pensando assim, toda experiência que eu puder ter, melhor”, afirma.

Natália Horbath Moreira, 16 anos, moradora de Cambé, é uma das treineiras que prestará, pela primeira vez, o vestibular da UEL no próximo mês. A intenção da estudante, que pensa em cursar medicina ou biomedicina, é conhecer como o concurso funciona. "Eu quero estar mais preparada, sabendo um pouco como é a pressão de fazer as provas", afirma.

Como ela iniciou há poucos dias o terceiro ano do ensino médio, diz que agora está retomando o estudo de forma mais puxada. E confessa que está nervosa para a prova da UEL, apesar de não ser ainda para valer. "Mesmo sabendo que não vou entrar em uma universidade com essa prova, mesmo assim estou um pouco nervosa".

REDAÇÃO

A redação é a etapa mais temida entre a maioria dos candidatos. Sobre isso, o professor comenta que a participação como treineiro é valiosa para a prática da escrita. “Já se sabe que quanto mais se pratica a redação, melhor é e nos casos desses alunos, eles também terão mais segurança na questão do tempo, o que os ajudará no dilema de começar ou não pela redação quando estiverem de fato concorrendo às vagas”, acrescenta.

De acordo com o Manual do Candidato, “em caso de treineiros terem alcançado classificação para correção da Prova de Redação, estes não serão computados no total previsto de candidatos a terem sua redação corrigida e sim acrescidos a este total, não ocupando assim as vagas destinadas aos candidatos que efetivamente concluíram ou concluirão o Ensino Médio até o início do período destinado às matrículas da 1ª convocação.”

A coordenadora do Cops, Sandra Regina de Oliveira Garcia, explica que o nome dos treineiros não aparecerá na lista dos aprovados. “Os treineiros deverão acessar a nota pelo boletim de desempenho no site da Cops”, diz. A divulgação será no dia 30 de abril, às 18h.

Serviço: Mais informações no site www.cops.uel.br