Vereador antevê ''clima de guerra''
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2000
Lúcio Horta
De Londrina
O presidente da Câmara, Renato Araújo (PPB), disse ontem que a ação civil pública ingressada pela Procuradoria-Geral do Município pode provocar um clima de guerra na cidade. A ação envolveu muita gente, que vai querer se defender. Poderá haver troca de acusações, um entregando o outro, dizendo quem deu e quem ficou com tanto. E também quem estava omisso pode abrir o leque. Vai pegar fogo, prevê.
Araújo não confirmou se o clima de guerra poderá surgir com um eventual rompimento político entre o prefeito Antonio Belinati (PFL) e o deputado federal José Janene (PPB) ao qual estaria ligada a maioria das pessoas e empresas atingidas pela ação da procuradoria. Mas acredita que o bate-boca provocado pela ação pode até comprometer o relacionamento dos dois políticos. Ele completou: Aí esse rompimento será impossível de segurar.
O presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o caso AMA/Comurb, vereador Antenor Ribeiro (PPB), disse que soube da ação da procuradoria pela reportagem da Folha e que ficou surpreso. É estranho porque acho que essa medida seria tomada pela promotoria, e não pela procuradoria do município. Mas avalio de forma positiva, porque a sociedade precisava ter uma satisfação, uma medida prática, afirmou.
Por enquanto, Ribeiro não acredita que essa a ação civil pública, ingressada pela procuradoria, possa influenciar de alguma forma na formação de uma comissão processante contra o prefeito Antonio Belinati. Não posso fazer essa avaliação sem ter um conhecimento maior do que está sendo proposto. Vamos fazer essa avaliação com os membros da CEI.
A vereadora Elza Correia (PMDB), da oposição, acha que o pedido de cassação é irreversível, e classifica como importante, mas tardia, a decisão do município de entrar com a ação.