Lúcio Horta
De Londrina
O presidente da Câmara, Renato Araújo (PPB), disse ontem que a ação civil pública ingressada pela Procuradoria-Geral do Município pode provocar um ‘‘clima de guerra’’ na cidade. ‘‘A ação envolveu muita gente, que vai querer se defender. Poderá haver troca de acusações, um entregando o outro, dizendo quem deu e quem ficou com tanto. E também quem estava omisso pode abrir o leque. Vai pegar fogo’’, prevê.
Araújo não confirmou se o ‘‘clima de guerra’’ poderá surgir com um eventual rompimento político entre o prefeito Antonio Belinati (PFL) e o deputado federal José Janene (PPB) – ao qual estaria ligada a maioria das pessoas e empresas atingidas pela ação da procuradoria. Mas acredita que o ‘‘bate-boca’’ provocado pela ação ‘‘pode até comprometer o relacionamento dos dois políticos’’. Ele completou: ‘‘Aí esse rompimento será impossível de segurar.’’
O presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o caso AMA/Comurb, vereador Antenor Ribeiro (PPB), disse que soube da ação da procuradoria pela reportagem da Folha e que ficou surpreso. ‘‘É estranho porque acho que essa medida seria tomada pela promotoria, e não pela procuradoria do município. Mas avalio de forma positiva, porque a sociedade precisava ter uma satisfação, uma medida prática’’, afirmou.
Por enquanto, Ribeiro não acredita que essa a ação civil pública, ingressada pela procuradoria, possa influenciar de alguma forma na formação de uma comissão processante contra o prefeito Antonio Belinati. ‘‘Não posso fazer essa avaliação sem ter um conhecimento maior do que está sendo proposto. Vamos fazer essa avaliação com os membros da CEI.’’
A vereadora Elza Correia (PMDB), da oposição, acha que ‘‘o pedido de cassação é irreversível’’, e classifica como ‘‘importante, mas tardia’’, a decisão do município de entrar com a ação.