Animais idosos podem apresentar dificuldades para caminhar, deitar, se alimentar ou encontrar uma posição confortável para dormir
Animais idosos podem apresentar dificuldades para caminhar, deitar, se alimentar ou encontrar uma posição confortável para dormir | Foto: iStock

Cães e gatos, mesmo em idade mais avançada, costumam ser ativos e brincalhões se a saúde está em dia, especialmente os de pequeno porte. É natural também que, com o decorrer dos anos, os ossos fiquem mais fracos, a coluna mais cansada e as articulações desgastadas. Como consequência, problemas de locomoção começam a aparecer.

Neste caso, os animais idosos podem apresentar dificuldades para caminhar, deitar, se alimentar ou encontrar uma posição confortável para dormir. Pode haver alterações de comportamento, como não aceitar mais carinhos e brincadeiras. Os cuidados incluem exercícios, fisioterapia, acupuntura, dietas específicas, medicação e até intervenção cirúrgica.

Durante o tratamento, os animais podem contar com um conjunto de técnicas para a reabilitação e garantia de bem-estar. “As técnicas não são invasivas e, na maioria das vezes, promovem a melhora da dor e proporcionam conforto ao paciente”, explica a médica-veterinária Maira Rezende Formenton, integrante da Comissão Técnica de Fisioterapia Veterinária do CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo).

Os métodos incluem tratamento com laser, TENS (estimulação elétrica transcutânea), massagem, exercícios e até hidroterapia, que fazem parte da rotina fisioterápica. Em cães idosos, são frequentes algumas doenças como hérnias de disco, dores articulares, displasias, obesidade e dores musculares. No caso dos felinos, as artroses têm grande incidência.

Em função do maior número de animais com idade avançada, é possível perceber o crescimento da preocupação dos tutores com a qualidade de vida dos pets nesta fase. “A proximidade com eles faz com que os tutores busquem o melhor da medicina. Isso é uma revolução e abre um campo grande na Medicina Veterinária: a geriatria”, afirma Maira.

Leia também: Meu pet tem diabetes. E agora?

Os 5 problemas de locomoção mais comuns:

1. Osteoartrose

Doença degenerativa que atinge as articulações e uma causa comum de dor nos pets. Ocorre pelo desgaste das articulações e pode ser agravado pela obesidade ou pelo fato do animal viver em piso liso e subir em camas e sofás muito altos. Não há cura para a osteoartrose, mas, com tratamento adequado, a dor pode ser aliviada.

2. Displasia de quadril

Tem geralmente como causa o fator genético ou hereditário. Os sinais clínicos, como a dor, podem ser agravados por excesso de exercício físico ou sobrepeso, sedentarismo e até condições do local onde o animal vive, como apartamentos de pisos lisos, por exemplo. É comum ver o animal nesta condição mancar ou manter a pata elevada, pois não consegue encostar no chão.

3. Hérnia de disco

É uma degeneração da coluna vertebral. Pode ser causada por malformações na coluna ou adquirida por microtraumas. O disco intervertebral funciona como uma espécie de amortecedor contra choques e danos. A perda de seu conteúdo “gelatinoso”, que é a chamada hérnia de disco, pode causar dor e afetar a medula espinhal. Em casos mais graves, além de dor, o animal pode apresentar dificuldade de locomoção e fraqueza, incontinência urinária e fecal, e até paralisia, com perda de movimento dos membros.

4. Luxação de patela

A luxação de patela é a inimiga dos joelhos, principalmente nas raças pequenas, que têm mais facilidade para correr e subir pelos móveis da casa. Quando a patela – que é um osso pequeno do joelho – sofre luxação, o animal se movimenta de maneira anormal. Ele geralmente começa a mancar e sente dificuldade em apoiar a pata no chão, além de favorecer a ruptura do ligamento cruzado do joelho.

5. Osteocondrose

Costuma atacar os ombros, além de cotovelo, punho e joelho. A região fica fragilizada e podem ocorrer lesões devido a lentidão da maturação da cartilagem, que pode ser genética ou ocasionada por um crescimento acelerado, excesso de cálcio na alimentação e rápido ganho de peso do animal. A osteocondrose faz com que a região acometida fique frágil e haja desgaste articular, podendo causar inflamação e muita dor. (Com informações do CRMV-SP)

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1