Uma das avenidas mais conhecidas de Londrina e principais vias de acesso da Zona Sul ao Centro, a Higienopólis já faz parte da identidade da história da cidade. Com 2,8 quilômetros de extensão, que vai da Rua Sergipe até o balão da Avenida Madre Leônia Milito, abriga desde casas antigas no estilo do início do século, lojas de confecção, a estabelecimentos de alimentação e os mais variados tipos de bares.
A avenida virou passagem obrigatória de casais de noivos que, no meio do trânsito, dão beijos aos cliques e flashes. Faz parte do itinerário de apreciadores do esporte que, por sorte, tem o Lago Igapó como paisagem.
Uma avenida de vários personagens, que passam por ela ou fazem parte dela. Começou a crescer tímida com seus moradores de classe alta e teve seu auge nos anos 80. Nos último anos, vem conquistando espaço novamente no mercado imobiliário, e atualmente, é considerada um dos pontos mais valorizados da cidade.
Resistindo ao barulho e movimento intenso, a reportagem encontrou o engenheiro agrônomo Elias Daher, um dos primeiros moradores a construir casa na avenida e um dos últimos que ainda continua. ''Quando construí a casa, quase não tinha ninguém. Com os anos, passou a ser uma das regiões mais chiques e valorizadas da cidade. Era tudo tão calmo, que meus filhos brincavam na rua. As portas ficavam sempre abertas'', lembra Daher, que há 35 anos mora no casarão azul de esquina da Rua Piauí. O engenheiro lembra também dos fins de semana agitados, lugar preferido dos jovens. ''Foi quando a rua começou a se tornar comercial. Era o ponto de encontro da garotada. Parecia a Paulista'', comenta, se referindo à avenida famosa de São Paulo.
Aproveitando o início da movimentação comercial, o proprietário de um restaurante, Milton Pavan, viu na região a oportunidade de expandir os negócios. ''Com a instalação de um mini shopping na Higienópolis, resolvi abrir uma loja onde funcionava uma casa de sucos. O local se tornou 'point' dos jovens e lugar preferido de famílias e casais de namorados'', disse. Acompanhando o crescimento da avenida, Pavan aumentou sua oferta no cardápio e há quatro anos se mudou para outro local, mais visível e com uma arquitetura moderna.
Os tempos mudaram e hoje quase não há mais moradores, com exceção de alguns prédios residenciais. A avenida é tomada por comércio de todos os segmentos e os grandes casarões deram lugar principalmente à bancos. Se tornou muito valorizada pelos tipos de empreendimentos, como lojas de grife e restaurantes sofisticados na parte mais alta. Já a região que permeia o Lago Igapó se caracteriza pela intensa agitação noturna.