Atribui-se a origem do povoado a Salvador Castilho, em 1917, mas a primeira denominação, Vila de São Francisco, ficou conhecida a partir de 1936. Nesse ano, João Francisco da Veiga, proprietário da Fazenda São Francisco, doou terras às novas famílias que chegaram ao patrimônio, que foi elevado a distrito (no município de Santo Antônio da Platina) em 1938, já denominado Jundiaí, referência a um rio nas cercanias. Outros nomes ainda teria: Cinzas (1943), com o qual foi criado o município (1947), que passou a ser Rio das Cinzas (1951). E finalmente, Jundiaí do Sul, em 1956.
Foi na década de 50, também, que a família Rauber, procedente do Rio Grande do Sul, fixou-se no município de Capanema, no Sudoeste paranaense. Já é a história do atual prefeito de Jundiaí do Sul, o economista Joel Marciano Rauber, proprietário rural há tempos no município e que pretende vencer ''o desafio de mudar uma cidade''. Com um orçamento de apenas R$ 4 milhões, ele diz que o Norte Pioneiro é a região ''mais pobre'' do Estado e Jundiaí do Sul, o ''mais pobre'' dos municípios da região.
Está credenciado, porém, para fazer a mudança: ''Presidi a maior empresa estatal do País, a dos Correios, e fui ministro das Comunicações''. A especialização em Comunicações o levou ao Governo Federal já no período do presidente Ernesto Geisel, quando tornou-se diretor-geral dos Correios. Passou pelo governo Figueiredo e no de José Sarney, presidiu a empresa dos Correios. No governo Collor, foi nomeado secretário-geral de Comunicações e exerceu o cargo de ministro. Recorda que no seu período de secretário assegurou ao então Serviço de Comunicações Telefônicas de Londrina (Sercomtel) o direito de explorar a telefonia celular rural, antes atribuído exclusivamente à Telepar.
Sobre a diferença entre atuar nos altos escalões federais e exercer o cargo de prefeito, Rauber diz que ''nunca havia trabalhado assim, diretamente com o povo''. Afirma que existe, agora, ''um objetivo social'' muito específico e se fizer em quatro anos tudo o que pretende, será a própria realização pessoal, também. Entre os resultados animadores que já conseguiu, ele menciona a vinda de uma indústria e o incentivo às bordadeiras (''Jundiaí do Sul, Capital do Bordado''), que terão uma sede própria, negócio de trinta famílias. A produção de palha de milho para cigarros, envolvendo 300 pessoas, é outro fato novo.
E a população aumentou, de pouco mais de 3.600 moradores em 2000 para quase seis mil, calcula o prefeito, levando em conta o número de assentamentos legalizados pelo Incra. De acordo com o IBGE, no período 1991-2000, a população de Jundiaí do Sul já crescera 0,52%, enquanto as de todos os municípios limítrofes decresceram.(W.S.)