UEL vai punir trotes com expulsão
Trote e Violência Basta! Com esse slogan, a Universidade Estadual de Londrina pretende coibir as práticas violentas que caracterizam a maioria dos trotes na cidade. Vale brincar e comemorar, mas nada de atitudes abusivas que possam comprometer a integridade física e moral dos calouros. A UEL sancionou uma resolução que proíbe o trote. A partir de agora, quem praticá-lo está sujeito a penalidades que podem chegar até a expulsão. Fora do câmpus, uma lei municipal também proíbe o trote em áreas públicas.
A ordem é recepcionar os novos estudantes através de confraternizações civilizadas, sem aquela velha história de cortar o cabelo, rolar na lama ou praticar pedágio na cidade. ‘‘Os novos alunos devem ser recebidos como produtores de conhecimento, não tem sentido submetê-los a práticas violentas’’, comenta o professor Márcio Almeida, vice-reitor da UEL. Ele ressalta que proibir a trote não significa proibir a alegria. Pelo contrário, é estar defendendo o direito à comemoração.
O trote foi proibido mas a festa deve continuar. A Universidade apóia todas as atividades que estimulem a prática de cidadania, como as tradicionais campanhas de doação de sangue organizadas pelos alunos do curso de medicina. Na semana de recepção aos calouros, que acontece entre 21 e 25 de fevereiro, a UEL inclusive programou uma série de atividades que visam integrar os novos alunos ao câmpus. Uma gincana também está prevista para o início das aulas.
O vice-reitor explica que a decisão de eliminar a prática do trote não foi arbitrária. Durante todo o ano passado, foram realizadas reuniões com representantes dos estudantes para se chegar a um consenso. ‘‘Nos reunimos com os futuros veteranos e representantes dos Centros Acadêmicos. O movimento estudantil apóia a decisão de acabar com a violência’’, diz.
O professor acrescenta que não existem meias-palavras para tratar do assunto. ‘‘O trote foi terminantemente proibido. Não tem mais trote de qualquer espécie, sejam eles culturais, cidadãos ou outras denominações do gênero. Nós apoiamos e estimulamos quaisquer atividades que venham a enriquecer a recepção aos novos alunos, incluindo confraternizações, gincanas ou festivais. Mas o trote, com essa conotação agressiva que carrega, não vai mais acontecer’’, garante.

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