Um projeto desenvolvido pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), em parceria com a secretaria municipal de Saúde, está orientado trabalhadores de Londrina e região. O principal objetivo é repassar informações sobre medidas de prevenção e combate ao coronavírus. Estão recebendo a capacitação, de maneira on-line, profissionais de todas os segmentos, como condomínios, escolas, sindicatos, comércio e construção civil.

Segundo a professora Celita Salmaso Trelha, a ideia surgiu quando o poder público municipal estava discutindo a retomada das atividades econômicas, em abril. Em maio foram 21 atendimentos, sendo 13 para prestadores de serviço, cinco empresas da construção civil e três indústrias. “Não adianta falar para usar máscara e lavar mãos. As pessoas precisam ser melhor orientadas”, destacou.

As orientações são direcionadas levando em conta as especificidades de cada local. “Cada área tem suas características. A construção civil reforçamos o distanciamento social, que o Ministério da Saúde preconiza dois metros. Para o comércio falamos bastante sobre a higienização, deixar o lugar arejado para circulação do ar”, exemplificou.

O projeto “Saúde do trabalhador em tempos de Covid-19: como se proteger e evitar a disseminação" é desenvolvido por docentes do departamento de Fisioterapia, profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Estratégia Saúde da Família, além de alunos do primeiro ano do curso de fisioterapia. A ação faz parte de outra iniciativa, a "UEL pela Vida, contra o coronavírus".

DÚVIDAS

Durante a formação, que tem duração de aproximadamente 1h30, os trabalhadores ainda podem tirar dúvidas. Entre as indagações mais rotineiras estão a forma correta de higienizar as mãos. “Tem uma técnica para lavagem correta. Encaminhamos materiais para ajudar. O distanciamento é outro problema recorrente, porque o brasileiro gosta de ficar perto. Tem a questão da máscara, que o nariz tem que ficar dentro da máscara, pois, ao contrário, não iremos achar a curva da doença”, advertiu.

A docente ainda reforçou sobre a escolha da máscara correta, a retirada pelas alças e não tocando no pano e a troca do acessório depois de duas horas, caso a pessoa tenha falado por um longo período, ou quando ficar úmida.

DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO

A capacitação acontece conforme a demanda e pode ser repassada diretamente ao proprietário da empresa, representante ou grupos maiores pelas ferramentas da internet, desde que respeitem o distanciamento e outras regras para precaução. A intenção é que o conhecimento seja multiplicado.

“A pessoa pode levar as orientações para o local de trabalho, amigos, familiares. Acreditamos que isso possa fazer a diferença e está sendo muito gratificante”, destacou. O treinamento já foi realizado com 100 funcionários e a estimativa é de que as informações beneficiem outras 2.500 pessoas.

RELATO

Somente em um shopping da cidade foram 13 colaboradores que receberam a capacitação e estão compartilhando os ensinamentos. “O pessoal gostou bastante e fez bastante perguntas. Vários especialistas estavam presente de maneira on-line e foi bem completo, direto e de fácil compreensão”, avaliou Ana Paula Castilho, gerente de marketing do Aurora Shopping. “Eles adaptaram o conteúdo para nosso negócio e foi válido. No final disponibilizaram materiais para repassarmos para quem não pôde acompanhar”, contou.

O empreendimento, localizado na zona sul, foi convidado a participar do projeto após procurar a secretaria municipal de Saúde e oferecer sua estrutura de praça de eventos para campanhas de vacinação ou outras necessidades neste momento de pandemia. “O shopping vem seguindo rigorosamente o decreto, com aferição de temperatura, bebedouros foram desativados, colocação de álcool em gel, colaboradores tomando as medidas de segurança, mas é sempre válido reforçar e acompanhar as novidades, bater um papo com profissional”, considerou.

SAÚDE DO TRABALHADOR

Com pesquisas sobre saúde do trabalhador e do idoso, a professora Celita Trelha afirmou que tomar os cuidados necessários ajuda para um bom ambiente de trabalho. “Os primeiros casos do novo coronavírus no mundo foram de trabalhadores que mexem com fruto do mar. A primeira morte no Brasil foi de uma empregada doméstica, no Rio de Janeiro. Têm vários profissionais de saúde ficando doentes e até indo a óbito. Então, o ambiente de trabalho é um meio de contaminação, principalmente se existe contato com o público.”

SERVIÇO - Quem tiver interesse na capacitação pode entrar em contato pelos e-mails [email protected] ou [email protected] .