Incentivar a prática de transformar lixo orgânico em fertilizantes em escolas municipais de Londrina e região. Esse é o objetivo do projeto Compostagem comunitária: gerando fertilizantes e engajamento ambiental a partir do lixo, desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina, há 17 anos.

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. | Foto: Divulgação - Agência UEL

A iniciativa é uma parceria com a secretaria municipal de Educação e, no momento, atende oito instituições em Londrina - as escolas municipais Armando Rosário Castelo, Prof. Hélvio Esteves e Maria Carmelita Vilela Magalhães, e os centros municipais de Educação Infantil Laura Vergínia de Carvalho Ribeiro, Clelia Regina Guilherme de Almeida Zotelli, Marisa Arruda dos Santos, Vanderlaine Aparecida Rodrigues Ribeiro e Water Okano.

Compostagem é, segundo o coordenador Efraim Rodrigues, professor do Departamento de Agronomia, a transformação de resíduos orgânicos em fertilizante. Esse produto serve de adubo para as hortas, por isso considera que as duas ações precisam andar de mãos dadas.

O projeto propõe às crianças e às escolas “transformar problema em vantagem”. O lixo orgânico, que atrai moscas, gera chorume e seria levado para o lixão transforma-se em fertilizante agrícola. “Ao invés de criar problemas, estimula a pessoa a ter horta, produzir o próprio alimento”, defende Rodrigues.

Para conseguir introduzir a atividade nas escolas foi preciso adaptá-la ao cotidiano e a particularidade de cada uma. O professor reconhece a dificuldade em manter as ações em função do hábito dos adultos com descarte do lixo orgânico da maneira como sempre foi feito. Por isso, sabe que mais do que conscientizar é necessário propor mudança de cultura, o que vai refletir diretamente como as crianças vão fazer a transformação do lixo no futuro.

COMPOSTAGEM É ALGO SIMPLES

A compostagem é algo simples de ser feito. A grande preocupação das pessoas é com o cheiro forte e a presença de insetos. Mas, diferente do senso comum, o professor explica que isso só acontece porque o lixo orgânico fica fechado, sem “respirar”. Ele explica que o processo de decomposição gera o conhecido chorume, um líquido escuro de cheiro forte, sem oxigênio, mas se for mantido aberto, não produz odor algum.

É essa a ideia que o professor quer disseminar, principalmente para as pessoas que duvidam ou têm resistência de que é possível fazer uma composteira em casa ou apartamento. Segundo ele, só é preciso uma caixa plástica grande, como as de mercado, folha ou capim seco para forrar a caixa no início, e depois jogar o lixo orgânico, como cascas, resto de frutas, legumes e verduras no recipiente. “O ar ajuda a secar o lixo. Depois de um tempo vai ter uma mistura orgânica ideal de lixo antigo, que é seco, e de lixo novo, que é úmido”, explica.

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. | Foto: Divulgação - Agência UEL

EM ROLÂNDIA

Os estudantes do 3º ano do curso de agronomia, Francesco Bazza Henrique e Marcos Leandro Lacerda Marchioli, integrantes do projeto, levaram o projeto das hortas para Rolândia – cidade natal dos alunos. Eles se reuniram com o prefeito Ailton Maistro e o secretário da Agricultura, Audinil Maringonda Júnior.

Os alunos conseguiram apoio para comprar as mudas e fazer a horta, primeiro na CMEI Terezinha Bertochi e, depois, na Escola Municipal Dr. Vitorio Franklin. Além disso, conseguiram um sistema de irrigação de baixo custo elaborado pelo agrônomo Paulo Roberto Guilherme, da secretaria de Educação de Londrina.

A vantagem da horta, segundo os estudantes, é para a parte pedagógica, como forma de ensinar as crianças e promover uma alimentação saudável. (Com informações da AEN)

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