Ucranianos e poloneses vão benzer alimentos
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quinta-feira, 20 de abril de 2000
Maigue Gueths
De Curitiba
Amanhã, Sábado de Aleluia, as comunidades polonesa e ucraniana de Curitiba estarão, mais uma vez, cumprindo uma tradição antiga dos povos eslavos que, em geral, comemoram a Páscoa com um ritual que inclui jejum de carne 40 dias antes da Páscoa e benção dos alimentos. A cerimônia de benção, chamada de Swieconka, acontece às 16 horas no Memorial da Imigração Polonesa, no Bosque do Papa, em meio a um clima festivo, com música, apresentação de corais e exposição de pisanki os tradicionais ovos pintados à mão, além de barracas com produtos típicos.
A cerimônia dos ucranianos, também às 16 horas, no Memorial Ucraniano, situado no Parque Tingui, restringe-se à benção dos alimentos. O ponto mais importante da Páscoa para eles é a missa, que acontece no mesmo dia, às 20 horas, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, na Rua Martim Afonso.
Swieconka para os poloneses significa a alegria pela bondade de Deus que dá os alimentos. No Bosque do Papa será montado um palco com uma cruz enfeitada com flores, em alusão à vitória de Cristo sobre a morte. Ao pé da cruz, serão colocadas cestas com os alimentos trazidos pelas famílias.
Os ucranianos dividem-se em católicos romanos e católicos ortodoxos. A Páscoa dos ucranianos católicos é semelhante a dos poloneses. Começa hoje, Sexta-Feira Santa, às 10 horas, com a exposição do Santo Sudário na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, segue às 19 horas com vigília. Amanhã é a vez da benção dos alimentos que serão comidos no café da manhã do domingo. O principal ingrediente a ser abençoada é o pão branco, chamado de paska. Os poloneses prolongam a Páscoa até o outro domingo, dia chamado de Pascoela, quando visitam seus mortos nos cemitérios.
A Páscoa dos ucranianos ortodoxos só acontece no dia 30 de abril. Desde domingo, serão realizadas diversas missas na Igreja Ortodoxa. Amanhã, da meia-noite às 3h30 da madrugada, eles fazem uma vigília com bênção dos alimentos. O principal ingrediente é o ovo cozido, que simboliza a vida, além da carne de porco, que marca o fim do jejum de 40 dias.