Quem tem pet em casa sabe que eles precisam de muitos cuidados. Um dos aspectos mais importantes é a higiene, principalmente dos locais em que eles fazem xixi e cocô. A maioria dos tutores de gatos costuma utilizar caixas de areia, que exigem diversos cuidados. A reportagem conversou com duas médicas-veterinárias que deram orientações para quem é "pai ou mãe" de gato de primeira viagem ou para quem anda tendo problemas com as caixas de areia.

A veterinária Cibelly Aguiar explica que é da natureza dos gatos enterrar a urina e as fezes, já que era uma forma de esconder o odor de possíveis predadores. A caixa de areia é uma forma de manter o instinto do animal após a domesticação, acrescenta a veterinário Maria Beatriz Lucano.

TAMANHO

Aguiar explica que antes de urinar ou defecar, os gatos têm um ritual de entrar na caixa, cavar, cheirar a areia, rodar e cavar novamente. Por isso é importante que a caixa seja maior que o pet para que ele fique à vontade. "Isso (caixa pequena) acaba incomodando o animal, que derruba a areia para fora e procura outro lugar para fazer xixi”.

“A caixa pode ser do tamanho de um gato e meio e o melhor formato é aquele tradicional, sem tampa, que é de fácil acesso”, explica. Aguiar também orienta que a caixa deve estar bem cheia, já que o gato precisa de uma quantidade suficiente para conseguir cavar e cobrir o xixi e o coco.

As caixas mais tradicionais, como a veterinária citou, podem ser adquiridas por menos de R$ 20; já outras mais modernas, que são totalmente fechadas, chegam a custar mais de R$ 1 mil.

LIMPEZA

Maria Beatriz Lucano recomenda que a limpeza superficial seja feita todos os dias, retirando as fezes e a urina (que formam "torrões"), e uma limpeza completa da caixa uma vez na semana. “O tutor deve retirar toda a areia, lavar a caixa com detergente neutro, deixar ela secar naturalmente e colocar uma nova areia”, detalha.

Ela ainda ressalta que, com o tempo, os gatos vão arranhando a caixa, o que pode contribuir para a proliferação de microrganismos. Segundo ela, as caixas devem ser substituídas pelo menos uma vez no ano.

Aguiar destaca que, ao fazer a troca da areia, algumas podem ser descartadas no vaso sanitário, que são as biodegradáveis, informação que vem anotada na embalagem. “As areias que não são biodegradáveis devem ser jogados no lixo de rejeito”, explica.

LOCALIZAÇÃO

Segundo Cibelly Aguiar, a localização da caixa é muito importante para o conforto do pet e não deve ficar em locais barulhentos, como a lavanderia. “A máquina de lavar, por exemplo, faz muito barulho, então quando o gato for usar a caixa e tiver a experiência de ouvir o barulho, isso pode causar um trauma no animal”, explica. Por conta disso, a caixa deve ficar em um local calmo e amplo.

QUANTIDADE

Sobre o número de caixas de areia, Maria Beatriz Lucano destaca que o ideal é ter uma a mais do que a quantidade de gatos. As caixas devem ficar espalhadas pela casa e longe dos potes de água e comida: “Assim ele se alimenta em um local e faz as necessidades em outro”.

Aguiar complementa que, se há menos caixas do que o número de gatos, um pode sentir o cheiro das necessidades do outro e a probabilidade dele usar a caixa é menor. “Se há apenas uma caixa e mais de um gato, a tendência é que quando um for fazer xixi o outro pode estar esperando, podendo ocorrer uma briga. Então uma caixa deve ficar longe uma da outra, se possível em outro cômodo”, destaca Aguiar.

TIPO DE AREIA

Lucano explica que a areia ideal é a mais fina possível, sem cheiro, que não levante poeira e que faça um "torrão" quando o gato faz xixi. “As que são granuladas, de madeira - que podem machucar a parte de baixo das patas - ou sílica não são indicadas. Além disso, os tutores devem evitar as areias que soltam muita poeira, já que isso pode causar bronquite e asma nos felinos”, explica.

Sobre a espessura da areia, Aguiar complementa que ela deve ser parecida com a disponível na natureza, mas que cada gato se adapta melhor a um tipo: “então vale a pena ir testando”. Ela também explica que a areia deve ter uma cor clara, já que isso permite que o tutor veja alterações na urina, como sangue.

Em relação a troca dos tipos de areia, Lucano ressalta que ela deve ser feita de forma gradual, assim como a ração, já que qualquer mudança pode causar estresse nos gatos e, até mesmo, infecções de urina e obstrução uretral, principalmente nos machos.

SUN E PEQUENA

A fotógrafa Gisele Cabrera é tutora das gatas Sun e Pequena. Ela conta que usa caixas organizadoras (mais altas) ao invés das tradicionais para que o xixi não escorra para fora - uma das gatas costuma fazer xixi em pé. Ela ela explica que as gatas se adaptaram muito bem em pular para entrar e sair.

Sobre os diferentes tipos de areia, disse que uma das gatas não se adaptou ao tamanho dos grãos de uma marca que comprou e teve que trocar por uma mais fina. “É uma areia mais cara, mas que não suja muito e forma torrões na hora”, observa, acrescentando que tenta realizar a limpeza duas vezes por dia porque as gatas sentem nojo da areia suja.

***

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1