A Defesa Civil interditou três dos 32 apartamentos do bloco quatro, do condomínio que registrou um incêndio de grandes proporções na manhã de terça-feira (13), na Vila Siam, zona leste de Londrina. Os servidores da prefeitura lacraram o imóvel onde o fogo começou, que pertence a um idoso de 69 anos e fica no terceiro andar, e outros dois de andares inferior e superior. “Mexeu na estrutura desses apartamentos”, explicou a síndica, Tania Mara Rodrigues.

Os outros moradores do bloco poderão voltar para os apartamentos a partir desta quarta-feira (14). A orientação foi de que não ficassem no local na terça por conta do cheiro forte da fumaça, que ainda era presente mais de sete horas após o Corpo de Bombeiros conter as chamas. Um engenheiro da empresa que construiu o condomínio fez uma vistoria no lugar e o laudo deverá ficar pronto nos próximos dias.

“A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros também vão nos passar laudos e o cruzamento dos dados nos dará as orientações básicas de como conduzir agora com os moradores e o processo técnico do condomínio”, explicou.

O incêndio foi antecedido de uma explosão e aconteceu no momento em que Levino Pereira, 69, foi acender o fogão para fazer café. A principal suspeita é de que tenha ocorrido vazamento de gás. Segundo a síndica, durante o trabalho da Defesa Civil foi observado que a mangueira de gás era de borracha e não a com tramas de aço, como é indicado para gás encanado. “Até onde foi visto a mangueira não tinha a garrinha que segura no bico. Pode ter sido um vazamento ali”, alertou.

O idoso mora no condomínio há mais de dez anos e sozinho. Na explosão, o corpo dele foi arremessado contra o apartamento da frente, que teve a porta derrubada. A FOLHA esteve no andar e constatou o rastro de destruição, principalmente no imóvel da vítima, que foi reduzido a escombros.

ESTÁVEL

Boletim desta quarta-feira do HU (Hospital Universitário) informou que o morador, que teve 20% do corpo queimado, segue internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Centro de Tratamento de Queimados. Seu quadro de saúde é estável, ainda é considerado grave, mas houve evolução positiva. Ele respira sem ajuda de aparelhos.

PREJUÍZO E TRISTEZA

Morando no condomínio há cerca de seis anos, a gerente de vendas Letícia Cândido de Oliveira foi uma das pessoas que teve o apartamento interditado. Ela estava dormindo no momento do incêndio. “Ouvi a explosão e todo o vidro da janela quebrando. Sorte que tinha um blecaute no meu quarto e impediu que os vidros me atingissem. Umas vizinhas gritaram que estava pegando fogo e desci. Foi o tempo de pegar meu celular e minha bolsa e quando desci dava para ver o fogo saindo do apartamento de cima do meu”, relembrou.

O apartamento – que era próprio - ficou totalmente danificado e Letícia perdeu, além dos móveis, roupas e eletrodomésticos, pertences com valor sentimental. “O Bombeiro falou que vai ter que construir o apartamento do zero. É a pior sensação do mundo e no meu caso perdi parte da minha infância. Minha mãe já é falecida e as únicas fotos que tinha com ela estavam no apartamento, os objetos dela e meu anel de noivado também. Isso não vou recuperar nunca mais e é minha dor”, se emocionou. Ela ficará na casa da irmã até resolver o que fará com o apartamento.

SUPOSTOS PROBLEMAS

Após conter as chamas, o Corpo de Bombeiros listou uma série de problemas que teriam atrasado em até quatro minutos o trabalho de combate ao fogo. Entre as supostas irregularidades estariam o hidrante com cadeado e mangueiras de água furadas. Tânia Mara Rodrigues rebateu os apontamentos e as mangueiras – que de acordo com ela foram trocadas na semana passada – acabaram recolhidas pela empresa para uma avaliação.

“O hidrante não é fechado no condomínio. O que é fechado é o alçapão que fica no último andar para segurança de moradores que possam querer entrar ou crianças. Reafirmo que temos toda a certificação de todas as mangueiras que foram para testes”, reforçou a síndica.

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