O piloto de uma aeronave modelo ATR 42 avisou que iria realizar um pouso forçado na cabeceira 31 do Aeroporto Governador José Richa, em Londrina. Ele comunicou uma pane elétrica na aeronave. Como havia a possibilidade de explosão assim que a aeronave se chocasse no solo, os bombeiros foram posicionados na pista para evitar chamas. Todo esse cenário seria alarmante se fosse real, mas o que ocorreu nesta terça-feira (1º) foi um Esea (Exercício Simulado de Emergência Aeronáutica).

Na simulação as chamas foram debeladas em poucos minutos. A preocupação maior foi em relação à triagem dos “feridos”. O atendimento médico precisou ser realizado rapidamente, mas os próprios atores simularam situações que poderiam ocorrer em um acidente, como os gritos de socorro insistentes, mesmo para pacientes menos graves e a aproximação de curiosos tirando fotografias e fazendo vídeos.

Tudo pareceu muito verdadeiro. Algumas ambulâncias foram ao local e os profissionais de saúde dos principais hospitais de Londrina estiveram presentes na simulação. Segundo a superintendente da Infraero em Londrina, Sandra Aparecida de Oliveira, cerca de 200 pessoas foram envolvidas nesse treinamento, das quais 100 estiveram no local. "Essa simulação precisa ser realizada de dois em dois anos", destaca. Ela garante que a equipe está preparada para realizar esse atendimento.

Cerca de 60 pessoas fizeram o papel de vítimas, e pelo menos uma foi encaminhada para cada hospital, que simulou a triagem dos pacientes e o tempo gasto até a chegada à unidade de saúde.

Oliveira avaliou que o exercício foi ótimo. “É afinar as pequenas coisas para não ter falhas se ocorrer na realidade. Foi extremamente proveitoso. Gratidão é a palavra para definir este momento”, destacou a superintendente.

O exercício é realizado pelo Infraero, empresas integrantes do Plem (Plano de Emergência) e a LAT (Liga Acadêmica do Trauma) do CCS/HU (Centro de Ciências da Saúde do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina) - que envolve estudantes de medicina e enfermagem, Samu, Siate e secretaria municipal de Saúde.

Para o estudante de medicina, Gabriel Luiz Juliano, presidente da LAT, o exercício extrapola os campos da dinâmica universitária. " A ideia é entender como funcionam os serviços como o Siate, Samu e como esse atendimento é realizado e analisar se os alunos estão preparados para realizar esse atendimento", destaca.

Entre os figurantes participantes do ato, muitos capricharam na maquiagem dos ferimentos. Ao lado do local do “acidente” foram posicionadas lonas seguindo um protocolo internacional, cada qual com um cor para identificar a gravidade das pessoas atendidas. A lona preta indicava pessoas mortas. A lona vermelha abrigou as pessoas com ferimentos graves. A lona amarela foi utilizada pelos socorristas para os pacientes que poderiam evoluir para casos mais graves e a lona verde foi utilizada para pacientes que poderiam aguardar o atendimento.

Durante toda a simulação as operações do aeroporto não foram interrompidas. Além das pessoas envolvidas, aproximadamente 100 pessoas assistiram a simulação.