Tiroteio mata um e fere outro no Guaritubinha
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quinta-feira, 03 de fevereiro de 2000
Luciana Pombo
De Curitiba
Uma possível briga entre gangues dos bairros Guarituba e Guaritubinha, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, terminou com a morte do técnico em eletrônica André Luiz Barbosa, de 29 anos. O crime aconteceu por volta das 21h30 de anteontem, em uma oficina mecânica da Rua São Joaquim, na periferia da cidade.
De acordo com o depoimento de testemunhas, Barbosa estava jogando sinuca na oficina mecânica com o proprietário, conhecido como Adir, e com o verdureiro Carlos Roberto Schiavon, de 44 anos. Um grupo de homens fortemente armados, entre seis e dez, invadiu a oficina à procura do irmão de Barbosa, conhecido como Carioca. Como não teriam encontrado, eles deram seis tiros no técnico em eletrônica e outros dois em direção ao verdureiro, que reconheceu um dos integrantes da gangue.
Depois de uma vistoria nos bairros a polícia acabou encontrando e prendendo Ademir Martins Barbosa, de 25 anos (o Carioca), que já tinha um mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal de Curitiba por não ter comparecido a uma audiência para julgá-lo por uso de substâncias tóxicas.
Em entrevista à Folha, ele negou que tenha participação em qualquer gangue na região, mas confessou que praticava atos de vandalismo em Guarituba em 97. Queimei oito casas de pessoas que não quiseram abandonar os locais onde moravam. Eu pedia para que abandonassem a casa e as vendia depois, confessou ele. Carioca disse que não acredita em crime por vingança. Ele acha que o assassinato tenha sido encomendado com o auxílio do dono da oficina.
Para apurar os demais detalhes da execução de Barbosa, a polícia terá que ouvir, ainda esta semana, o depoimento de Schiavon, única testemunha do crime. Ele é a peça chave para tentarmos esclarecer o caso, afirmou Pedroso. A assessoria de imprensa do Hospital Cajuru, onde o verdureiro está internado, informou que ele passou por uma cirurgia, está consciente e passa bem. Apesar de ainda não termos os detalhes do assassinado, os indícios são de que a morte tenha sido provocada por briga entre gangues por causa de vingança e tráfico de drogas, declarou o investigador Dirceu Pedroso.
Ontem, no bairro Guaritubinha, os moradores não quiser falar sobre o assunto. A comerciante Severina Barbosa Santos, de 47 anos, que morava ao lado da casa de Barbosa, disse que nunca teve qualquer problema com os vizinhos. Nunca percebemos nada de errado com ele. Sempre foi muito bom para mim, afirmou ela. A dona de casa Maria de Fátima Faria dos Santos, de 25 anos, disse que há um ano não ocorre um assassinato na região.