Atiradores do Tiro de Guerra de Londrina começaram a auxiliar no transporte coletivo na cidade. São cerca de 30 jovens por turno, distribuídos entre o Terminal Central e aqueles localizados nos bairros. A corporação firmou parceria com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e o trabalho é por tempo indeterminado. A atuação acontece das 6h às 8h e das 16h às 18h, de segunda a sexta-feira.

Imagem ilustrativa da imagem Tiro de Guerra ajuda em controle de passageiros no transporte coletivo
| Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

De acordo com subtenente Antônio Carlos Matos Moreira, responsável pelo Tiro de Guerra de Londrina, o objetivo da ação é auxiliar no controle de passageiros dentro dos coletivos como medida de prevenção e combate à Covid-19. “É para determinar a quantidade máxima nos ônibus, organizar os passageiros que aguardam do lado de fora para ter o distanciamento, fazer distribuição de máscaras”, explicou. “No terminal central são 15 atiradores e nos bairros de dois a três”, acrescentou.

O trabalho é voluntário e segundo o subtenente é importante que as pessoas colaborem respeitando as indicações. “A função dos atiradores é instruir e ver o bem-estar do usuário, protegendo a saúde. Por isso, pedimos que os passageiros atendam as solicitações, o controle nos ônibus, distanciamento e uso de máscara. A intenção é colaborar”, alertou.

PASSAGEIROS

Para quem usa o transporte público no município, a iniciativa é positiva, entretanto, não o suficiente. Passageiros ouvidos pela reportagem reclamaram da falta de mais veículos à disposição, principalmente nos horários de pico. “Londrina só está sem aulas. O restante está tudo funcionando. Ou seja, as pessoas precisam dos ônibus, mas diminuíram a frota. É legal organizarem as pessoas, desde que tenha ônibus para todos que precisam”, apontou a secretária Denise Nóbrega.

A frota está operando em cerca de 92% da capacidade. Recentemente, a prefeitura informou que mais 50 carros iriam reforçar o atendimento, em especial nos horários de maior movimento. “O município cobra tanto para seguir regras, fazer nossa parte. Tem gente que não respeita, mas a maioria tem feito de tudo para se cuidar, no entanto, a prefeitura não oferece qualidade no transporte, que continua lotado igual antes da pandemia. Acham que ninguém pega o vírus no ônibus?”, argumentou o autônomo Nilson Silva.

Na sexta-feira (26), vários funcionários estavam promovendo a limpeza no interior dos ônibus. Nas plataformas, foram colados no chão adesivos pedindo atenção ao distanciamento. A zeladora aposentada Laide Lisboa contou que não encontrou problema de lotação no coletivo que embarcou. “Estava tranquilo, mas sei que tem circulado bem cheio”, ponderou. “Só saio de casa quando preciso e procuro ir a pé para fazer uma caminhada e evitar ônibus”, relatou.

Plataformas receberam adesivos alertando sobre o distanciamento
Plataformas receberam adesivos alertando sobre o distanciamento | Foto: Foto: Pedro Marconi

SENSO DE COMUNIDADE

É a terceira a vez que o Tiro de Guerra firma parceria com o poder público municipal desde o início da pandemia do coronavírus em Londrina, em março. Inicialmente, os atiradores colaboraram na organização de cestas básicas e depois no Cadastro Único. “Uma das missões do Exército é contribuir em momento de calamidades. Para os atiradores ainda dá senso de comunidade”, avaliou o subtenente Antônio Carlos Matos Moreira.

A atual turma é composta por 180 atiradores, além de quatro instrutores, que frequentam a sede do Exército em Londrina em escala de revezamento, por conta do atual momento, para atividades. São 45 por dia e ainda são subdivididos em outros grupos.

No terminal central são 15 atiradores e nos bairros de dois a três
No terminal central são 15 atiradores e nos bairros de dois a três | Foto: Foto: CMTU

CMTU

A reportagem questionou à CMTU sobre como será o controle de passageiros nos ônibus. A assessoria de comunicação informou que isto dependerá do tamanho dos veículos. Nos maiores, a capacidade é de 35 assentos, entretanto, também há espaço para que pessoas fiquem em pé, mas com “distância segura”. A orientação passada para os atiradores, de acordo com a companhia, é para evitar aglomeração.