Com rajadas de vento de 64,8 km/h, o temporal que atingiu Londrina na tarde de sábado (29) causou estragos em todas as regiões, principalmente na zona oeste. O boletim da Defesa Civil mostra que, ao menos, 33 ocorrências, foram registradas até as 22h41, sendo 19 quedas de árvores, 13 destelhamentos e um dano estrutural, com solicitação de pré-vistoria. Do total de registros, 12 ocorreram na zona oeste.

Queda de árvore na zona oeste de Londrina
Queda de árvore na zona oeste de Londrina | Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

FALTA DE ENERGIA E ÁGUA

Até as 11h deste domingo (30), a Copel informou que cerca de 29 mil domicílios ainda estavam sem energia e que as equipes estão nas ruas trabalhando para restabelecer o fornecimento de energia elétrica. A região Norte do Estado foi a mais afetada pelo temporal, com 1,6 mil ocorrências para atendimento. “O vendaval, que chegou a 100 km/h no Norte e 70 km/h em outras regiões, causou muitos danos pelo Paraná todo – uma extensão de estragos atípica. Esse número chegou a mais de 250 mil no momento mais crítico”, diz a nota.

O vendaval também provocou a queda de três torres de duas linhas de transmissão na região. Entre Ibiporã e Sertanópolis, na Região Metropolitana de Londrina, uma linha teve 12 postes quebrados, sem prejuízo ao abastecimento e em Cambé, sete postes quebraram na área rural.

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A Sanepar informa que, na tarde deste domingo (30), o abastecimento foi normalizado em Cambé e nas regiões Norte e Leste de Londrina. Na região Oeste da cidade, o abastecimento segue em recuperação gradual nas próximas horas. Situações pontuais de desabastecimento devem ser informadas à Sanepar para verificação.

Os distritos de Lerroville e Guaravera, na zona sul de Londrina, estão sem energia e sem água. A Sanepar informou que devido à falta de energia em equipamentos do sistema de abastecimento dos distritos, o fornecimento de água está prejudicado neste domingo. Podem ficar sem água, principalmente, clientes que não possuem caixa-d’água domiciliar.

VALE DO IVAÍ

Os danos mais severos foram registrados no Vale do Ivaí. Em Lunardelli e Rio Branco do Ivaí, que chegaram a ter o fornecimento completamente interrompido, tudo voltou ao normal. Em São Jerônimo foi possível reduzir à metade a região desligada. Equipes seguiam trabalhando para religar Grandes Rios e Rosário do Ivaí.

Segundo a Copel, “Arapuã e Jardim Alegre têm aproximadamente 40% das ligações atendidas com interrupção no fornecimento". Em Tamarana, o fornecimento de energia foi praticamente normalizado no meio da tarde de domingo, no entanto Londrina ainda estava com muito serviço sendo executado pela Copel, inclusive na área rural da região sul. A Copel calculou 390 ocorrências a serem atendidas na área que compreende Londrina, Ibiporã e Tamarana.

Imagem ilustrativa da imagem Temporal derruba árvores e causa destelhamentos em Londrina
| Foto: Divulgação/Copel

A falta de luz pode ser informada por meio do aplicativo para celulares ou pelo site da Copel, e também pelo número 41 3013-8973 (WhatsApp). Sem internet, é possível enviar um SMS para o número 28593, com as letras “SL”, de “sem luz”, e o número da unidade consumidora, destacada em amarelo no cabeçalho da conta da Copel. Ainda, situações de risco e de falta de energia podem ser comunicadas por meio do 0800 51 00 116.

QUEDA NAS TEMPERATURAS

No sábado, o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) registrou 1,2 mm de precipitação em Londrina e até quarta-feira (1) o tempo deve continuar com muitas nuvens e possibilidade de pancadas de chuva. As temperaturas devem cair ao longo da próxima semana, chegando à mínima de 10°C, na quinta e na sexta. As máximas não devem passar da casa dos 22°C até sábado (5).

DESTRUIÇÃO DE LAVOURA

Em Lerroville, o vendaval destruiu a estufa com a plantação de tomates orgânicos do assentamento Eli Vive. A produtora Jovana Cestille calculou que 1800 pés de tomates foram destruídos. "Aqui em casa o vendaval destruiu a estufa e algumas árvores caíram. Eu perdi 1800 pés de tomate. O vento ergueu a estrutura da estufa, que arrancou a plantação. Nós teremos que replantar tudo de novo. A madeira será possível reutilizar, no entanto vamos ter que comprar os plásticos novamente. Nós tínhamos gastado R$ 32 mil com as mudas e a estufa e esperávamos colher 10 toneladas de tomate, que daria R$ 80 mil. Com isso, o prejuízo passa de R$ 100 mil, e esse recurso a gente iria pagar a dívida que a gente tinha. Mas vamos reconstruir de novo"

Segundo Sandra Ferrer, também do Eli Vive, o que dificultou foi a falta de energia e os prejuízos na lavoura causados pelo vendaval. "A estrada, como a chuva não foi intensa está sendo possível rodar", declarou.

Sobre o o impacto do vendaval nos imóveis do assentamento, ela afirmou que ainda não há um levantamento preciso, mas algumas casas perderam as telhas. "As informações foram chegando aos poucos, porque a falta de luz no impedia de manter uma comunicação, mas soube que algumas casas foram destelhadas." Sobre a condição das estradas, outro produtor do Eli Vive, José Damasceno, afirmou que as estradas sempre estiveram ruins. "Ainda mais que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o Governo Federal não cumpriu as determinações do Ministério Público do Paraná para adequar as estradas. A prefeitura ajeitou a parte dela, mas o Incra e o Governo Federal não cumpriram a parte deles." Damasceno afirmou que para as outras culturas o vendaval não chegou a comprometer tanto. "Agora é o período de início de plantio. e por este motivo não nos atingiu tanto" (Colaborou Vítor Ogawa)

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