Técnicos vistoriam despejos em lago
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segunda-feira, 09 de outubro de 2000
Carolina Avansini De Londrina
A descarga clandestina de óleo combustível registrados no final de setembro no Lago Igapó, em Londrina, levou a Sanepar e a Autarquia Municipal do Ambiente (AMA) a intensificarem a fiscalização sobre novos lançamentos. Desde ontem, técnicos dos dois órgãos estão vistoriando poços e bocas de lobo instaladas pela empresa de saneamento, visando localizar os possíveis responsáveis pelas descargas.
A AMA vai fiscalizar também os cerca de 80 postos de combustíveis próximos à bacia do Ribeirão Cambezinho, que deságua no lago, para verificar se as caixas de retenção estão funcionando. De acordo com o geógrafo Elsoni José Delavi, as caixas tem a função de armazenar os dejetos de óleo e graxa, que devem ser recolhidos para reciclagem.
Em hipótese alguma este material deve ser lançado na rede de esgoto. É proibido pela lei. Os postos aproveitam a noite e os fins-de-semana para realizarem o serviço, confirmando que conhecem a proibição, explicou. Em 1998, a autarquia realizou um trabalho similar e conseguiu reduzir as descargas de óleo.
A poluição pode ocasionar a morte de peixes e outros animais que vivem no lago. O técnico da AMA ressaltou que a diminuição no volume das chuvas agrava o problema. Se ficar sem chover por mais de 20 dias, a evaporação abaixa o nível da água, que está poluída e fica sem oxigênio, acrescentou.
A Sanepar também está preocupada com os esgotos clandestinos que atingem o lago sem tratamento adequado. Existe rede coletora em toda a bacia do Leme e Água Fresca, que desembocam no Igapó, não há justificativa para esses lançamentos, informou Paulo Kishima, gerente da Sanepar para a região metropolitana. No final do mês passado, um emissário de esgoto da empresa rompeu, causando escoamento de dejetos no córrego do Leme.
Kishima alertou sobre o hábito de jogar lixo na rua, lembrando que os objetos caem nos bueiros e desembocam no Igapó. As pessoas precisam se conscientizar sobre os prejuízos causados por este mau hábito. O lixo jogado nas ruas acaba poluindo o Igapó, que é o cartão postal de nossa cidade. Não adianta reclamar que o lago está sujo e continuar jogando lixo no chão, disse.