Sobram 2,7 mil vagas em Maringá
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000
Lucinéia Parra
De Maringá
Escolas estaduais tradicionais em Maringá que sempre sofreram com falta de vagas diante da grande demanda, vivem hoje uma realidade inversa. Em muitas delas as vagas não foram preenchidas. A Escola Estadual Branca da Mota Fernandes é um exemplo. A escola ainda tem 406 vagas para o ensino médio. Nas 39 escolas estaduais de Maringá sobram 2.784 vagas para o ensino médio e 3.011 vagas para o ensino fundamental.
De acordo com a chefe do Núcleo de Educação de Maringá, Dilce Terezinha Genari, a maioria das vagas existentes são dos cursos profissionalizantes que foram extintos este ano. Com exceção do Instituto de Educação que continua oferecendo curso de magistério, as demais escolas não estão mais oferecendo cursos profissionalizantes. O Branca da Mota é um dos colégios que até o ano passado oferecia curso de magistério e contabilidade e este ano vai ficar sem estas opções de ensino, explicou.
Dilce admitiu entretanto, que a ociosidade principalmente no ensino médio não é consequência apenas da extinção dos cursos profissionalizantes. Segundo ela, muitos estudantes que concluem o ensino fundamental com idade acima da média normal querem compensar o tempo e não se matriculam no ensino regular. A maioria, continua Dilce, prefere fazer curso supletivo. A tendência é o fim do ensino médio noturno nas escolas estaduais, prevê.
Conforme a chefe do Núcleo, outro fator é a precocidade dos alunos no ensino médio, fruto do programa de adequação de idade e série em todas as escolas públicas estaduais nos últimos três anos. O aluno que está atrasado na série em relação a idade, recebe um ensino diferenciado até alcançar a série correspondente. Atualmente os alunos concluem o ensino fundamental com 14 anos e os pais não permitem que eles façam o ensino médio à noite, diz. Com relação ao ensino fundamental, Dilce garantiu que as vagas ainda não foram preenchidas devido aos pedidos de transferências. A tendência é que a maioria seja preenchida no início do ano letivo.
O diretor administrativo da Escola Estadual Branca da Mota Fernandes, Aparecido Batista lamenta a ociosidade e diz estar com muita esperança de que a Secretaria de Educação defina já para o próximo ano, novos cursos profissionalizantes. Existe um projeto de curso pós-médio que deverá ser oferecido pelas escolas estaduais. Os cursos serão implantados de acordo com a demanda de mercado de cada cidade. Agora só nos resta esperar e torcer para que o projeto seja implantado o mais rápido, disse. Conforme Batista a escola que nos anos anteriores contava com 2.750 alunos, hoje tem 2.300 matriculados.