Imagem ilustrativa da imagem Sob protesto de ciclistas, obra é iniciada na Ayrton Senna

A Prefeitura de Londrina começou nesta quinta-feira (18) a construção de uma terceira faixa de rolamento para veículos na avenida Ayrton Senna, na Gleba Palhano, zona sul de Londrina. A nova pista será da rotatória com a rua Professor Joaquim de Matos Barreto até a Madre Leônia. O lançamento dos trabalhos foi marcado por um protesto de ciclistas, que são contra a retirada da ciclofaixa da via.

Para a mudança, as rotatórias que ficam no final da avenida Maringá e na rua Ernani Lacerda de Athayde serão diminuídas. Além disso, haverá redução das vagas para estacionamento para quem desce a Ayrton Senna. Os espaços que atualmente estão na diagonal ficarão rentes ao meio-fio. Já a ciclofaixa, que tem cerca de um quilômetro de extensão, vai ser extinta.

BUSCANDO MELHORAR

Secretário municipal de Obras e Pavimentação, João Verçosa afirmou que o objetivo das intervenções é dar maior fluidez no trânsito e garantir segurança. “A Gleba Palhano se tornou uma região densamente ocupada pelo comércio e moradias. O lago Igapó atrai muita gente para cá e é inevitável que tenhamos grande contingente de pessoas passando pelo local. Por isso, estamos buscando melhorar”, destacou.

Também haverá o estreitamento do canteiro central da avenida. A empresa que venceu a licitação, com custo de R$ 620 mil, iniciou os serviços no “oitão” entre a Maringá e a Ayrton Senna. “Será necessário realocar bocas de lobo, corrigir trechos de galeria e justamente por isso começou neste ponto. Ainda haverá o recapeamento da avenida Ayrton Senna até a Madre Leônia”, elencou. Nas proximidades da rua Bento Munhoz da Rocha Neto, a capa asfáltica superficial, que está toda ondulada, será reconstruída.

INTERDIÇÕES

Durante o andamento das obras, a avenida terá interdições parciais. Na quinta-feira, agentes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) estavam ajudando na organização do trânsito. Uma das pistas de quem desce a Ayrton Senna no sentido avenida Maringá estava bloqueada na rotatória dupla, gerando congestionamentos. A promessa é de que os agentes acompanhem as ações sempre que for preciso.

O tempo contratual para finalização é de 90 dias. A indicação é de que os motoristas busquem rotas alternativas. “Eventualmente vão ter interdições na hora de fazer a manobra das máquinas e para o andamento da própria obra. Por isso, pedimos para as pessoas que podem, que usem outros caminhos, como a avenida Higienópolis e a região da Faria Lima, ou até saiam mais cedo um pouco mais tarde para evitar o horário de pico e o congestionamento, que fatalmente vai ter”, alertou Sérgio Dalbem, diretor de Trânsito da CMTU.

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PROTESTO

Os ciclistas que participaram da manifestação levaram cartazes reclamaram da falta de diálogo com o poder público municipal. “Desde o ano passado estamos nos colocando contra a retirada da ciclofaixa. Houve um contato com o MP (Ministério Público), que interveio para termos um processo de compensação junto ao município. Só que com a pandemia as conversas não avançaram e a prefeitura não se manifestou mais sobre outra ciclofaixa”, reclamou Luiz Afonso Giglio, que se disse surpreso com a ordem de serviço para as obras.

Utilizando a ciclofaixa para ir ao trabalho, o administrador afirmou que o município não prioriza o transporte alternativo. “A bicicleta é um meio de transporte importante, ainda mais neste período, para evitar aglomeração. Falta a prefeitura oferecer uma malha estruturada para incentivar o ciclista. Temos poucas vias exclusivas para bike e sem conexão”, lamentou.

POSSIBILIDADE ZERO

O Núcleo de Comunicação da prefeitura informou que o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano) tem uma proposta de ciclofaixa na rua Haiti, no jardim Guanabara, e que iria apresentar a sugestão para os ciclistas. Para a avenida Ayrton Senna, o prefeito Marcelo Belinati garantiu que não existe possibilidade de a faixa destinada aos ciclistas permanecer, mesmo com os pedidos. “É notório que poucas pessoas utilizam essa ciclofaixa”, justificou.

Belinati apontou que o Plano de Mobilidade Urbana prevê uma rede cicloviária com organização e ligação. “Por meio do plano faremos uma execução maior de ciclovias. Mas pelo capricho de poucos, não podemos deixar a maioria das pessoas com problema de trânsito.”