Síndrome de Down: 10 anos de uma balada especial
Festa reuniu mais de 300 pessoas em casa noturna de Londrina para celebrar Dia Internacional da Síndrome de Down
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sexta-feira, 22 de março de 2019
Festa reuniu mais de 300 pessoas em casa noturna de Londrina para celebrar Dia Internacional da Síndrome de Down
Pedro Marconi

Bastaram as primeiras estrofes de um dos hits do cantor Kevinho para a festa se tornar uma “explosão de alegria”. Com danças, pulos e sorrisos, mais de 300 pessoas participaram da décima edição da “Balada Especial”, que é realizada em Londrina para marcar o Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado na quinta-feira (21). O evento teve como local uma casa noturna e reuniu todas as sete entidades que trabalham com público especial na cidade, além da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Cambé e Centenário do Sul, ambas na Região Metropolitana de Londrina.
O evento contou com DJ, distribuição de brindes, salgados, pipoca, refrigerante e uma apresentação da cantora londrinense Ana Vilela, que ficou conhecida nacionalmente após o sucesso da canção “Trem bala”. Entre uma música e outra, o que não faltou foi celebração entre os convidados, razão de toda a festa. “É legal demais. Já vim outras vezes e gosto muito, principalmente das canções, porque posso dançar. Também vejo os amigos e é um motivo a mais para me divertir. Ano que vem vou vir de novo”, planejou João Felipe Oliveira.

Professora de educação especial no Ilece (Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais), Marlene Vitor Oliveira Camilo contou que os alunos estavam ansiosos pela balada. “Eles ficam empolgados e entusiasmados a partir do momento que falamos. Na quarta-feira (20), durante a aula, até ensaiaram a maneira que iam dançar aqui”, brincou. “Isto é muito importante para eles, pois encontram outras pessoas e vão interagindo”, valorizou.
O evento é organizado por um grupo de amigos, que tem como objetivo promover a inclusão por meio da diversão, além de oferecer uma tarde diferente da realidade da maioria daqueles que têm deficiência, seja física ou intelectual. “É algo tão bonito e que vem crescendo cada vez mais. Queremos atingir as cidades vizinhas para que também tenham a oportunidade de estarem presentes. Não tem nada que explique ver a alegria deles. Enquanto tiver saúde vou continuar fazendo esta festa”, projetou Janeth Shibayama, idealizadora da balada. Cerca de dez voluntários ajudaram, com o apoio de diversas empresas.

DIVERSÃO DUPLA
Na pista, cada um dançava conforme conseguia, independente da idade e limitações. Logo abaixo do palco da casa noturna Level Dois estava Ana Beatriz Arão dos Santos, aluna especial da rede municipal de educação. “Adorei vir, porque me sinto bem e escuto as músicas que gosto, aprendo novas para ouvir em casa”, afirmou. De acordo com a mãe da garota, a diversão acaba sendo dupla. “Ela aproveita e os pais que trazem também. Acho essencial este tipo de ação, pois precisam de momentos assim. Se ela está feliz eu estou também”, ressaltou a dona de casa Daniela Cristina da Silva.
Do alto do palco, o responsável por apresentar as atrações resumiu o sentido da festa: “ser diferente é legal”. “Só venho neste tipo de lugar quando tem o evento, que com toda a certeza é especial”, classificou Simone Martins Correia, moradora do jardim Cafezal, na zona sul, e que frequenta o Ilece. O instituto ainda animou os participantes com uma fanfarra formada por percussionistas com deficiência.

DATA
O dia 21 de março foi escolhido para comemorar anualmente o Dia Internacional da Síndrome de Down em alusão aos três cromossomos presentes no par número 21, característico de quem possui a alteração genética. No Brasil existem aproximadamente 300 mil pessoas com Down, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


