Na pista, cada um dançava como queria, independente da idade e das limitações
Na pista, cada um dançava como queria, independente da idade e das limitações | Foto: Ricardo Chicarelli

Bastaram as primeiras estrofes de um dos hits do cantor Kevinho para a festa se tornar uma “explosão de alegria”. Com danças, pulos e sorrisos, mais de 300 pessoas participaram da décima edição da “Balada Especial”, que é realizada em Londrina para marcar o Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado na quinta-feira (21). O evento teve como local uma casa noturna e reuniu todas as sete entidades que trabalham com público especial na cidade, além da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Cambé e Centenário do Sul, ambas na Região Metropolitana de Londrina.

O evento contou com DJ, distribuição de brindes, salgados, pipoca, refrigerante e uma apresentação da cantora londrinense Ana Vilela, que ficou conhecida nacionalmente após o sucesso da canção “Trem bala”. Entre uma música e outra, o que não faltou foi celebração entre os convidados, razão de toda a festa. “É legal demais. Já vim outras vezes e gosto muito, principalmente das canções, porque posso dançar. Também vejo os amigos e é um motivo a mais para me divertir. Ano que vem vou vir de novo”, planejou João Felipe Oliveira.

O evento contou com uma apresentação da cantora londrinense Ana Vilela
O evento contou com uma apresentação da cantora londrinense Ana Vilela | Foto: Ricardo Chicarelli

Professora de educação especial no Ilece (Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais), Marlene Vitor Oliveira Camilo contou que os alunos estavam ansiosos pela balada. “Eles ficam empolgados e entusiasmados a partir do momento que falamos. Na quarta-feira (20), durante a aula, até ensaiaram a maneira que iam dançar aqui”, brincou. “Isto é muito importante para eles, pois encontram outras pessoas e vão interagindo”, valorizou.

O evento é organizado por um grupo de amigos, que tem como objetivo promover a inclusão por meio da diversão, além de oferecer uma tarde diferente da realidade da maioria daqueles que têm deficiência, seja física ou intelectual. “É algo tão bonito e que vem crescendo cada vez mais. Queremos atingir as cidades vizinhas para que também tenham a oportunidade de estarem presentes. Não tem nada que explique ver a alegria deles. Enquanto tiver saúde vou continuar fazendo esta festa”, projetou Janeth Shibayama, idealizadora da balada. Cerca de dez voluntários ajudaram, com o apoio de diversas empresas.

Objetivo é promover a inclusão por meio da diversão
Objetivo é promover a inclusão por meio da diversão | Foto: Ricardo Chicarelli

DIVERSÃO DUPLA
Na pista, cada um dançava conforme conseguia, independente da idade e limitações. Logo abaixo do palco da casa noturna Level Dois estava Ana Beatriz Arão dos Santos, aluna especial da rede municipal de educação. “Adorei vir, porque me sinto bem e escuto as músicas que gosto, aprendo novas para ouvir em casa”, afirmou. De acordo com a mãe da garota, a diversão acaba sendo dupla. “Ela aproveita e os pais que trazem também. Acho essencial este tipo de ação, pois precisam de momentos assim. Se ela está feliz eu estou também”, ressaltou a dona de casa Daniela Cristina da Silva.

Do alto do palco, o responsável por apresentar as atrações resumiu o sentido da festa: “ser diferente é legal”. “Só venho neste tipo de lugar quando tem o evento, que com toda a certeza é especial”, classificou Simone Martins Correia, moradora do jardim Cafezal, na zona sul, e que frequenta o Ilece. O instituto ainda animou os participantes com uma fanfarra formada por percussionistas com deficiência.

Fanfarra do Ilece também animou o festa
Fanfarra do Ilece também animou o festa | Foto: Ricardo Chicarelli

DATA

O dia 21 de março foi escolhido para comemorar anualmente o Dia Internacional da Síndrome de Down em alusão aos três cromossomos presentes no par número 21, característico de quem possui a alteração genética. No Brasil existem aproximadamente 300 mil pessoas com Down, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Imagem ilustrativa da imagem Síndrome de Down: 10 anos de uma balada especial
| Foto: Ricardo Chicarelli