Para Domingos Davide, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Curitiba, a Coteli não tinha estrutura para bancar a construção do presídio. ‘‘A Coteli, com o abandono do Fórum, não teria todo esse currículo para pegar uma obra como a da penitenciária.’’ A desistência trouxe à tona os problemas salariais dos operários.
Os trabalhadores de subempreiteiras contratadas pela Coteli tiveram as rescisões parceladas. Davide contou que 15 funcionários de outra subempreiteira nem chegaram a trabalhar. O representante da empresa que prestava serviço à construtora não apareceu para receber os trabalhadores arregimentados no sudoeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O diretor-comercial da Coteli, Rodrigo Tanus afirmou que as empreiteiras que traziam os funcionários para Piraquara se precipitaram. O diretor observou que os empreiteiros saíam em busca de mão-de-obra antes que os contratos fossem fechados.
O sindicalista lembrou que a Coteli não está em dia com as contribuições sindicais previstas na legislação trabalhista da categoria. Segundo Davide, o repasse é uma das exigências feitas pela comissão de licitação para uma empresa candidata a uma concorrência pública. Assim, a Coteli não poderia ter participado da licitação para as obras do presídio.
‘‘Não devo nada a ninguém, nem ao governo, nem aos trabalhadores. Existem aqueles que não aceitaram acordo e vão para a Justiça, mas ninguém ficou sem salário’’, respondeu Tanus. (D.V.)