Edna Mendes
De Cornélio Procópio
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bandeirantes contesta o concurso que a prefeitura realiza hoje para o preenchimento de 200 vagas. O sindicato alega que o concurso é para regularizar a situação dos cerca de 150 funcionários comissionados que trabalham para a prefeitura. A entidade denuncia ainda que há indícios de fraude na aplicação das provas. O prefeito Lino Martins (PTB) nega as acusações e afirma que o concurso é uma exigência do Tribunal de Contas (TC).
A presidente do sindicato, Terezinha da Silva Prazeres, afirma que os servidores comissionados estão sendo orientados pela prefeitura a deixar em branco as questões que não souberem responder. ‘‘Isso é a prova de que esse concurso é um jogo de cartas marcadas. Essas questões serão preenchidas pela organização do concurso para beneficiar esses funcionários’’, acusa.
Terezinha alega que vereadores da situação declararam que o objetivo do concurso é regularizar a situação dos comissionados. ‘‘Eles afirmam que foi o Tribunal de Contas que exigiu isso. O TC exige o concurso, mas não para regularizar comissionados. Muitos dos comissionados são amigos e parentes do prefeito.’’ A prefeitura tem cerca de 1,1 mil funcionários efetivos e mais 300 em cargos comissionados.
O prefeito disse que as acusações da sindicalistas são infundadas e que a prefeitura emprega atualmente 956 funcionários, incluindo os comissionados. ‘‘Ou realizamos o concurso ou demitimos esse pessoal. O quadro do funcionalismo não está inchado. Esse número é o ideal para o município’’, afirmou.
Martins disse ainda que o concurso está sendo elaborado por empresa terceirizada e que nenhum candidato será privilegiado. ‘‘Dos 200 concorrentes que passarem no concurso apenas 120 serão contratados imediatamente’’, disse. A prefeitura pagou R$ 3 mil para um empresa especializada realizar as provas.
Sobre as acusações do sindicato de que o prefeito emprega parentes, Martins disse que ‘‘metade da cidade é constituída por parentes meus. Quando assumi a prefeitura eles já estavam aqui’’. Segundo o prefeito, 1.856 pessoas se inscreveram para o concurso.
O sindicato entrou na Justiça com um mandado de segurança contra a realização do concurso, mas o pedido foi indeferido. A entidade também solicitou ao Ministério Público uma investigação na legalidade do concurso e também a anulação das provas, mas até ontem à tarde a Promotoria não havia se pronunciado sobre o caso.