Sindicalista reassume presidência
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 07 de novembro de 2001
Luciano Augusto<br>De Londrina
O presidente afastado do Sindicato dos Condutores Rodoviários de Londrina e Região, Evanildo Pinto Rodrigues, foi reconduzido ao cargo ontem à tarde depois que o juiz Mário Nini Azzolini, da 10Vara Cível de Londrina, acatou o pedido de antecipação de tutela para reintegração de posse ao exercício da presidência. João Batista da Silva, que exercia o cargo interinamente, adiantou que irá contestar a decisão, no prazo legal de 10 dias.
Evanildo havia sido afastado do cargo há mais de 100 dias, depois de ter sido preso acusado de extorquir R$ 200 mil da Usina Central do Paraná, em Porecatu, junto com os sindicalistas Daniel Malaquias e Claudemir Arriero. Cerca de um mês atrás, os advogados Fábio Franz e Giovani Macedo conseguiram a suspeição e afastamento do juiz Evandro Luiz Camparoto, de Porecatu, que atuou no caso. Fitas gravadas apresentaram supostas conversas entre Camparoto e o diretor da usina, Jaime Planas Navarro. O Tribunal de Justiça do Paraná acatou as provas e anulou o processo a partir do recebimento da denúncia. Agora, o caso está sendo conduzido pela juíza-substituta Adriana Carrillo, que iniciou o processo a partir do flagrante de extorsão.
Os advogados de Evanildo argumentaram que ''o afastamento aconteceu de forma irregular''. Para eles, o fato de haver um processo contra o sindicalista não seria justificativa suficiente para afastá-lo do cargo. A decisão do juiz de Londrina criou um novo confronto entre os sindicalistas. Ontem mesmo, João Batista iniciou seu contra-ataque, afirmando que durante o período em que Evanildo esteve afastado do sindicato, realizou uma investigação interna para analisar a administração dele e teria encontrado ''diversas irregularidades'', sem no entanto, esclarecer quais seriam. João Batista, que era vice-presidente, disse que já teria instaurado um processo administrativo contra Evanildo. Ele considerou que o afastamento do colega não foi um golpe. ''A permanência dele não seria conveniente politicamente para o sindicato, enquanto não ficar definida a situação de Porecatu'', argumentou.
Já o presidente reempossado assegurou que vai analisar as denúncias contra ele para depois definir o seu posicionamento. Para Evanildo, o seu afastamento foi ''um tanto exagerado''.