No início deste mês, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento e Prestação de Serviços do Paraná (Sindaspp) conseguiu impedir a criação de mais um sindicato em Curitiba. No dia 30 de janeiro, dois editais de convocação para a criação de dois sindicatos foram publicados em jornal da capital.
Os editais publicados convocavam a categoria para a assembléia de criação do Sindicato dos Trabalhadores Temporários nas dependências da Ceasa para o dia 3 de fevereiro. A criação aconteceria antes mesmo da legalização da classe, já que o projeto que regulamenta o trabalho temporário sequer foi votado no Congresso Nacional.
Os editais também convocavam os patrões para a criação do Sindicato das Empresas de Serviço Temporário, com endereço na Rua Sete de Setembro, 57, onde fica a agência de empregos Employer. As duas assembléias foram marcadas para o mesmo dia. A convocação dos trabalhadores foi feita em nome de Dilma Mendes, funcionária da Employer. A reportagem da Folha tentou falar com Dilma, mas ela não estava na empresa, nem retornou às ligações. Segundo funcionários, o proprietário da Employer, Marco Aurélio Rodrigues, estava viajando.
Depois de obter liminar na Justiça contra o novo sindicato, o Sindaspp foi até a Ceasa tentar impedir a assembléia. ‘‘Fomos informados pela direção da Ceasa de que não havia nenhuma assembléia autorizada ou marcada para aquele dia’’, conta o presidente do Sindaspp, Ivo Petry.
Segundo Petry, tudo não passou de uma tentativa dos ‘‘patrões de minar’’ a base do Sindaspp. ‘‘Os sindicatos estabelecidos têm que cuidar para não dar brechas aos aventureiros’’, afirma.
O Sindicato dos Empregados do Comércio Varejista também conseguiu na Justiça decisão contra a criação do Sindicato dos Trabalhadores em Shopping Centers, surgido há dois anos. ‘‘Isso surgiu depois que nós não concordamos com determinada proposta de piso salarial’’, explica Ariosvaldo Rocha, vice presidente do sindicato.