Construídas para ajudar no trânsito em cruzamentos com fluxos intensos de veículos e evitar acidentes, as rotatórias acabam desempenhando funções opostas se o motorista não souber circular corretamente. Em Londrina, são comuns momentos de caos e até incidentes pela falta de consciência ou conhecimento ao trafegar pelos locais, com mudança de faixa durante o trajeto e de forma errada, entre outros erros.

Placas foram instaladas na rotatória da JK com Higienópolis; companhia estuda outros locais
Placas foram instaladas na rotatória da JK com Higienópolis; companhia estuda outros locais | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Para tentar reeducar os condutores, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) pretende colocar placas de sinalização indicativas sobre como transitar pela rotatória. O primeiro lugar a contar com a orientação é o cruzamento das avenidas Juscelino Kubitschek e Higienópolis, na área central.

“Estas placas são para tentar ajudar o motorista a decifrar melhor. Só a sinalização horizontal parece que não está sendo suficiente. O ideal é que não mude de posição no meio da rotatória, porque pode colocar em risco outros veículos, ainda mais se não der nenhum sinal e acontecer de maneira tardia”, destacou Sérgio Dalbem, diretor de Trânsito da companhia.

Apesar de as informações estarem à disposição desde o fim do ano passado na rotatória da JK, muitos motoristas ainda não estão “ligados”. A reportagem esteve no local e em apenas dez minutos flagrou vários motoristas que buzinaram após serem “fechados” durante a passagem. Além disso, a falta da seta é recorrente.

“Percebo que os motoristas ficam mais preocupados em olhar o celular do que o trânsito e só vão decidir a faixa quando estão dentro da rotatória. É algo que o condutor já tem que entrar certo. As placas são boas, pois, colaboram na visualização e entendimento”, opinou o vendedor Fernando Ribeiro. “Na verdade nem precisava de placas. O motorista, em especial o de Londrina, não tem educação no trânsito. Procuro fazer minha parte e corretamente”, garantiu a auxiliar de escritório Vanessa Alves.

ESCOLHA

Segundo Dalbem, a escolha dos pontos que vão ter as indicações ainda está em estudo. A iniciativa partiu do setor de Operações da CMTU. “Os servidores de Operações são os que mexem com as estatísticas de acidentes. Conversam com Siate, Companhia de Trânsito, analisam resultados de boletins. Notaram que o pessoal está com dificuldade de fazer a circulação nas rotatórias, originando até pequenas batidas, mesmo em velocidade baixa”, justificou.

São locais específicos com particularidades que vão além da rotatória, como sentidos que saem de três pistas para duas e vice-versa. As estruturas das avenidas Santos Dumont com Juscelino Kubitschek e Maringá com Castelo Branco, por exemplo, não deverão contar com o aviso.

ORIENTAÇÕES

Em rotatórias múltiplas a regra é ocupar a pista de esquerda se vai virar à esquerda, fazer o retorno ou seguir reto. Já a pista da direita deve ser utilizada se vai virar à direita ou ir reto. Outra dica importante é acionar a seta sempre que se aproximar da saída desejada para demonstrar para os demais motoristas o que vai fazer e evitar confusões.

A orientação para quem entra na rotatória e percebe que está na faixa de rolamento errada é fazer a volta inteira, quando possível, se deslocando lentamente e dando seta para a posição correta. O Código de Trânsito Brasileiro explica que tem a preferência na rotatória o veículo que já estiver em circulação. No caso de não haver ninguém circulando e dois carros chegarem ao mesmo tempo e em acessos distintos, a prioridade é do condutor que estiver à direita.