Desde os primeiros casos confirmados de coronavírus no Paraná, foram abertos cerca de dois mil leitos de UTI (Unidade Terapia Intensiva) para o cuidado dos doentes. Parte deste número foi desativada com a diminuição da demanda em algumas localidades, no entanto, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) está tentando junto ao Ministério da Saúde manter os leitos abertos para o período pós-pandemia, os integrando ao sistema de saúde paranaense, que conta com 1.200 no total.

Imagem ilustrativa da imagem Sesa quer manutenção de 700 leitos no pós-pandemia
| Foto: Isaac Fontana - FramePhoto - Folhapress

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, a intenção é de que 600 a 700 vagas sejam mantidas nos hospitais paranaenses, incluindo Londrina. “Estamos brigando no Ministério da Saúde para essa manutenção, no entanto, o ministério alega falta de recursos financeiros. É um legado que tem que ser pensado. (A organização do Sistema Único de Saúde) quebrou vários paradigmas. De repente conseguimos médico para tocar UTI, hoje temos várias pessoas para atender paciente intensivo. Não podemos jogar fora esse know-how", defendeu à FOLHA.

Uma das dificuldades para a continuidade de leitos está nos valores repassados. Antes da pandemia, por exemplo, o SUS pagava por uma UTI simples de hospital aproximadamente R$ 480 a diária e por uma unidade avançada R$ 800. Com a alta demanda e urgência para criação de vagas, este valor beira atualmente os R$ 1.600. “Inflacionou o mercado de insumos e dos recursos humanos para manutenção das unidades”, explicou.

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REGIONALIZAÇÃO DA SAÚDE

O secretário esteve em Londrina na quarta-feira (20), reunido com representantes das regionais de saúde de Apucarana (16ª), Londrina (17ª), Cornélio Procópio (18ª), Jacarezinho (19ª) e Ivaiporã (22ª), além de secretários municipais das cidades da macrorregião Norte. O debate foi entorno da “regionalização da saúde”, que tem entre seus focos oferecer serviços mais próximos dos pacientes, como cirurgias de média complexidade, cobrindo “vazios sanitários”. O diagnóstico do Planejamento Regional Integrado já foi finalizado e agora os trabalhos devem incluir a formalização dos eixos.

O projeto começou a ser dialogado em 2019, porém, foi paralisado por conta da Covid-19. Beto Preto disse que a regionalização reúne quatro desafios macros e estratégicos, sendo o primeiro as cirurgias eletivas. “Não é só colocar dinheiro, mas conversar com o prestador de serviço hospitalar. Temos R$ 19 milhões para 2021 enviados pelo governo federal e separamos R$ 50 milhões do tesouro do Estado para o ano que vem”, detalhou. O segundo eixo envolve a atenção primária, com a intensificação do acompanhamento de pessoas em tratamento, como hipertensos e asmáticos.

Também foram incluídos temas que envolvem o enfrentamento ao coronavírus, como o caminho a seguir para atender os sequelados pela doença. “Estimamos de 100 a 150 mil pessoas que precisam da atenção primária do SUS. Se formos calcular só como reabilitação, com fisioterapia e educador físico, hoje não temos gente e nem serviço contratado para dar conta”, assumiu. “Tem ainda a saúde mental na atenção básica. A Covid trouxe um luto coletivo que não vai ser superado em sete dias”, lembrou. Equipes de atuam na atenção primária vem recebendo capacitação sobre saúde mental.

A Sesa deverá entregar nos próximos dias 87 veículos para Londrina e região, destinados ao Programa Saúde da Família.

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