Imagem ilustrativa da imagem Servidores do HZS de Londrina que não tomaram vacina morrem por Covid
| Foto: Divulgação

Dois servidores do HZS (Hospital da Zona Sul) de Londrina não resistiram às complicações da Covid-19 e faleceram na semana passada. Ambos estavam internados e trabalhavam no hospital desde 2010. Na quinta-feira (22), foi registrado o óbito de uma técnica de enfermagem de 54 anos e no domingo (25), de auxiliar administrativo de 34 anos.

O diretor da instituição, Geraldo Junior Guilherme, afirmou que na semana passada três funcionários que não aceitaram ser imunizados tiveram complicações da doença. “Um deles teve alta após cinco dias, mas os dois seguiram internados”, diz.

TERMO DE RESPONSABILIDADE

Pela recusa da vacina, os profissionais assinaram um termo de responsabilidade quando houve a imunização dos servidores, em fevereiro. “Neste período, tivemos 31 pessoas que ainda não se sentiam seguras em relação à vacina e chegaram a assinar esse termo. Todos têm o direito de não aceitar, mas a gente fica preocupado. Eu, como diretor do hospital, tenho também o direito de me manifestar contrário a essa recusa. Ao meu ver, somos espelho dos nossos familiares e colegas de trabalho, formadores de opinião e temos responsabilidade como profissionais de saúde, que vai além dos doentes”, ressalta.

Desde então, a direção passou a conversar constantemente com cada um desses servidores a respeito da importância da vacina. Segundo Junior Guilherme, muitos acabaram entendo a mensagem e esse número de recusa caiu para 23 na semana passada e hoje são apenas seis.

“Outros quatro estão em processo de validação do cadastro. Acho que a internação dos colegas teve influência nisso. Após a vacinação, tivemos oito casos de Covid no hospital e todos com sintomas leves. Os três que não estavam imunizados complicaram e foram internados”.

Segundo o diretor, a técnica de enfermagem havia concordado em ser imunizada e o cadastro já estava validado, mas ela não chegou a tomar a primeira dose. Já o rapaz também mudou de ideia e tomou a primeira dose no dia 31 de março. “Ele iria tomar a segunda dose, mas acabou adoecendo”.

INSEGURANÇA

O diretor diz que a maioria dos profissionais que se recusavam a tomar a vacina argumentava insegurança pelo fato de os imunizantes terem sido desenvolvidos de forma acelerada. “Estamos muito tristes. Ambos eram pessoas alegres, bem dispostas a ajudar os colegas e dedicados ao trabalho. O que faz a diferença neste hospital são as pessoas. O prédio é só uma estrutura”, desabafou.

O auxiliar administrativo começou a trabalhar no hospital dentro da lavanderia. Logo foi convidado a ir para a enfermaria, onde fazia a escrituração do setor e organizava prontuários. A técnica de enfermagem trabalhou durante um bom período em plantões noturnos e atualmente se dedicava aos cuidados na pediatria.

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