Sertaneja (Norte Pioneiro) completou nesta semana três meses desde que o primeiro caso de coronavírus foi confirmado na cidade de pouco mais de cinco mil habitantes. Desde então, o município acumula 12 confirmações da doença, com uma morte, segundo informou o boletim de quarta-feira (8) da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde). Uma positivação foi contabilizada nesta semana.

Autoridades de Saúde de Sertaneja adotaram barreiras sanitárias nas entradas e limitou horário de atendimento de atividades não essenciais
Autoridades de Saúde de Sertaneja adotaram barreiras sanitárias nas entradas e limitou horário de atendimento de atividades não essenciais | Foto: Lis Sayuri - 20/05/2014

Apesar de a Covid-19 já fazer parte da preocupação e atenção diária da comunidade, a secretaria municipal de Saúde afirma que todos os casos diagnosticados foram importados. Ou seja, a cidade ainda não tem a transmissão comunitária, quando não é possível identificar como a pessoa foi infectada. “São pessoas que pegaram a doença em outro lugar ou tiveram contato com alguém infectado”, explicou a responsável pela pasta, Ariadne Carla Nunes. Nove pacientes já se curaram.

BARREIRA SANITÁRIA

A “luta” no município é para que a situação continue desta maneira. Três barreiras sanitárias foram montadas, com duas na entrada de Sertaneja e uma no Distrito de Paranagi. O controle de quem entra e sai é feito por equipes da saúde todos os dias. De segunda a sexta-feira a atividade é das 8h às 17h. A cidade é pequena e faz parte de uma região com as mesmas características, sendo muito utilizada para serviços bancários e de lotéricas.

“É aferida a temperatura, questionado para onde a pessoa vai, o que está fazendo, se está com algum sintoma da Covid-19. Esta medida foi essencial, pois vimos a diminuição dos casos. Todos são orientados e se percebermos alguma alteração, a pessoa é orientada a ir ao centro respiratório que foi montado. Trabalhamos para que não tenha transmissão comunitária”, destacou.

MORTE

O óbito, divulgado em 16 de junho, foi de um homem de 69 anos, que tinha outras doenças associadas. Ele estava internado por outros motivos no hospital João Lima, em Cornélio Procópio, sendo transferido depois para Santo Antônio da Platina, onde faleceu. O teste deu positivo para o coronavírus.

CLIMA DE TRANQUILIDADE

Para os moradores, a pandemia no município está controlada e com a população colaborando. “O pessoal está saindo de máscara nas ruas. No começo, todos estavam preocupados, porque era tudo muito novo, os lugares ficaram sem álcool, mas agora está tranquilo”, avaliou a artesã Thalia Mendes Lopes. Com uma loja de produtos infantis, ela contou que redobrou os cuidados para prevenção à doença. “Como trabalho com materiais para bebê, já usava álcool gel. Agora, passei a adotar a máscara”, relatou.

De acordo com a auxiliar administrativa Jaqueline Silveira, é difícil encontrar munícipes desrespeitando as regras impostas pelo poder público. “Algumas pessoas estão com medo, outras mais sossegadas. Calculo que menos de 10% das pessoas que saem não usam máscara. No meu caso, me cuido, porque tenho familiares no grupo de risco, seja pela idade ou comorbidades”, afirmou. Trabalhando numa paróquia, ela disse que as missas com presença de público estão suspensas, sendo possível os fiéis acompanharem pelas redes sociais.

HORÁRIO DO COMÉRCIO

O horário das atividades não essenciais foi limitado para diminuir a circulação de pessoas. As lojas de rua, por exemplo, só podem abrir de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. Salões de beleza e lanchonetes têm o período para atendimento estendido. O Executivo municipal chegou a instituir toque de recolher, entretanto, a determinação foi revogada.

FESTAS

A secretária de Saúde indicou que um problema recorrente no combate ao vírus é a realização de festas particulares, com aglomerações, principalmente aos fins de semana. Denúncias são feitas na Defesa Civil ou diretamente na secretaria. “É uma situação que estamos tendo que intervir, porque o comércio está seguindo as medidas. Os servidores da Defesa Civil, Vigilância Sanitária e setor de fiscalização vão até o local após as reclamações. No primeiro momento é orientação, mas dependendo do caso é feita notificação”, elencou Ariadne Carla Nunes. A notificação pode ser revertida em multa.